Academia de Medicina da Bahia Scientia Nobilitat
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Fernando Freire de Carvalho Luz
Cadeira: 46
Patrono: Fernando Freire de Carvalho Luz
Patrono

PATRONO DA CADEIRA N. 46 DA ACADEMIA DE MEDICINA DA BAHIA

Fernando Freire de Carvalho Luz nasceu em Salvador, a 9 de novembro de 1916, filho de Maria Luiza Freire de Carvalho e Euvaldo Luz, desembargador.

 Aprendeu as primeiras letras com sua mãe, que lhe ensinou também francês e inglês.

Fez o ginásio (2º grau) no Colégio Estadual da Bahia. Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1932, pela qual foi diplomado em 1937, 121ª turma, colega de Jayme Vianna e Stella Medeiros, professores da FAMEB. Exerceu no 6º ano as funções de Interno da 1ª Clínica Cirúrgica. (TAVARES-NETO, 2008; SILVEIRA, 2003)

Logo após a formatura deu início, com sucesso, à prática médica em consultório particular. No ano seguinte à graduação, 1938, foi exercer a prática como cirurgião no antigo Pronto Socorro da Bahia, depois Hospital Getúlio Vargas, nele permanecendo até 1953. De 1942 a 1951 foi o Cirurgião Chefe do Serviço de Cirurgia do Hospital Santa Izabel e, no Hospital Português, trabalhou por mais de cinquenta anos. (LEITE, 2011)

Casou-se com a sra. Clarinha Moraes, com quem teve apenas uma filha, Maria Constança, casada com o sr. David Ferrell, de cujo enlace nasceram Daniel e Fernando. (PEREIRA, 2017) Começou a carreira acadêmica cedo, tendo sido Assistente de Ensino da 1ª Clínica Cirúrgica nos anos de 1939 e 1940. Por ocasião da 2ª Guerra Mundial, foi cirurgião da Base Baker, da Marinha dos Estados Unidos, em Salvador. Em 1943, foi para os Estados Unidos, onde estagiou no Hospital Central da marinha norte-americana.

Regressando à Bahia, trouxe consigo a técnica e os reagentes necessários à identificação do fator Rh e, em colaboração com o hematologista Estácio Gonzaga, ambos realizaram a primeira transfusão sanguínea com a determinação do fator Rh.

 Durante os anos de 1945 e 1946, voltou aos Estados Unidos, para um estágio de 2 anos (fellowship) feito no Hospital Presbiteriano, vinculado ao Departamento de Cirurgia da Universidade de Columbia, Nova York. Ao concluir o estágio, inaugurou na Bahia novas técnicas cirúrgicas, tais como a dissecção radical do pescoço (para o tratamento do câncer da tireoide), a esofagectomia (para tratamento do câncer do esôfago e da estenose cáustica), a mastectomia suprarradical, a gastrectomia total (para tratamento do câncer gástrico), a colectomia direita (D) e esquerda (E) (para tratamento do câncer do intestino grosso) e outras mais.

Em 1954 prestou concurso para Livre Docência, com a tese Cirurgia do Megacólon e, em 1963, defendeu a tese Mastectomia radical com exérese em monobloco da cadeia ganglionar amária interna, para a cátedra da 1ª Clínica Cirúrgica da Faculdade de Medicina da UFBA. Exerceu a cátedra com brilhantismo e publicou mais de 60 trabalhos em periódicos científicos do Brasil e do exterior. Suas atividades na vida acadêmica foram intensas e extraordinárias: examinou vinte e seis concursos à Cátedra ou de Livre docência, muitos deles fora da Bahia, como os dos candidatos Silvano Raia e Euríclides de Jesus Zerbini. (PEREIRA, 2017)

 Foi eleito Chefe do Departamento de Cirurgia para os períodos de 1977-1981 e 1983-1986, quando se aposentou da carreira universitária.

Introduziu uma nova técnica no tratamento cirúrgico da esquistossomose grave, com filtração sanguínea extracorpórea: “injetava tártaro no sistema sanguíneo do paciente com esquistossomose e depois seccionava a veia hépato-esplênica, que leva o sangue do intestino ao fígado. O sangue era filtrado durante uma hora e depois devolvido ao corpo do paciente. O tártaro desalojava os parasitas das veias e eles eram retirados na filtragem”. (FERNANDO..., 2005)

Proferiu conferências, inclusive sobre o tratamento cirúrgico da esquistosomíase em diversos centros médicos do Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha e Itália. (SILVEIRA, 2003)

Em 1970, foi agraciado pelo Presidente da República Federativa do Brasil com a Ordem do Mérito Aeronáutico. Em 1984, foi-lhe outorgada a Placa de Prata, de ex-Presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia. Dr. Carvalho Luz foi o 5° cirurgião brasileiro a receber a Medalha do Mérito Cirúrgico São Lucas e ele integra a Galeria de Membros Eméritos do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. (PEREIRA, 2017)

Os últimos anos da sua existência foram dedicados a construção, instalação e funcionamento do Hospital Aliança, considerado, na época o melhor do Norte e Nordeste do Brasil, tendo sido Presidente do Conselho Médico do hospital.

Encantou-se em maio de 1995, aos 79 anos de idade. É o Patrono da Cadeira n. 46 da Academia de Medicina da Bahia, recentemente criada e que tem como primeiro

Titular o confrade Jorge Luiz Pereira e Silva.

http://www.hportugues.com.br/noticias/outras_edicoes/profissionais/docimagebig.2005-05-06.1426144660/imagem

http://www.hportugues.com.br/noticias/outras_edicoes/profissionais/docimagebig.2005-05-06.1426144660/imagem

Leituras recomendadas

LEITE, Geraldo. Fernando Freire de Carvalho Luz. Médicos ilustres da Bahia e Sergipe. Salvador, 29 de janeiro de 2011. Disponível em: . Acesso em: 13 nov. 2012.

PEREIRA, Jorge. Discurso in memoriam ao patrono da cadeira n° 46, Professor Fernando Freire de Carvalho Luz. Salvador, 10 de novembro de 2017.

SILVEIRA, Geraldo Milton da. Quatro grandes cirurgiões, quatro diferentes personalidades. Anais da Academia de Medicina da Bahia, Salvador, v. 12, p. 87-97, jul. 2003.  

Ronaldo Ribeiro Jacobina
Titular da Cadeira Nº 29 da Academia de Medicina da Bahia
Professor Titular de Medicina Preventiva e Social -FAMEB-UFBA.

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