Academia de Medicina da Bahia Scientia Nobilitat
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José Francisco da Silva Lima
Cadeira: 28
Patrono: José Francisco da Silva Lima
Patrono

José Francisco da Silva Lima nasceu na aldeia de Villarinho, na província da Beira, Portugal, no dia 15 de janeiro de 1826. Era filho “legítimo” de Manoel Francisco da Silva (LIMA, 1851). Aqui, cabe um comentário: na tese inaugural de formatura, tem apenas o nome do “legítimo” pai e não tem o nome da mãe, demonstrando como é relevante a luta feminina até em pequenos detalhes. Nesta “galeria de patronos” o nome da mãe, por uma razão natural, sempre é citado em primeiro lugar.

Em 1840, com apenas 14 anos de idade, ele se mudou para a Bahia, e ainda jovem foi trabalhar no comércio. Em 1846, decidiu ser médico e se matriculou na escola mater da Medicina brasileira: “Sua inclinação e gosto para os estudos o estimularam de modo que, em poucos annos, fez o curso de preparatórios e matriculou-se na Faculdade de Medicina”. (PEREIRA, 1910)

Formou na Faculdade de Medicina da Bahia (FMB), em 1851, defendendo, em 9 de dezembro do mesmo ano, a tese inaugural Dissertação Philosophica e critica acerca da força medicatriz da natureza (LIMA, 1851) que apresenta o interesse pela
Farmacodinâmica, numa época em que a atuação medicamentosa no organismo era frequentemente ignorada. 

Não se conhecia naquella época a Mecânica Therapeutica ou Pharmacodynamica, nem tão pouco as bases positivas da Physiologia medicamentosa. [...] Silva Lima presentiu [...] a evolução da Therapeutica e da Biologia. (MONIZ, 1910)

Após a graduação, ele fez diversas viagens à Europa (1858, 1870, 1871 e 1881), visitando importantes centros médicos de estudos e pesquisas e, como veremos, soube manter a comunidade médica baiana e brasileira informada sobre os avanços da Medicina europeia: “Tornou-se em pouco tempo médico de grande clínica e foi progressivamente augmentando os seus conhecimentos, enriquecendo-os com a observação, a reflexão e as viagens” (AMARAL, 1910).

Naturalizou-se em 1862, aos 36 anos de idade, cidadão brasileiro. O ensino médico baiano ainda muito teórico e ausência de uma instituição que possibilitasse a troca de experiências e apresentação de estudos levou ao colega e amigo John Paterson a propor a criação de uma “Associação de Facultativos” (aqueles que exercem a medicina”). O escocês John Ligertwood Paterson (1820-1882), o “doutor inglês”, como era conhecido pelo povo, prático por excelência, graduou-se em Aberdeen, em 1841 e já em 1843 veio a Salvador, tornando-se médico da comunidade britânica local

Os protagonistas na fundação desta Associação foram, além de Silva Lima e Paterson, o português de ascendência germânica Otto Edward Henry Wucherer (1820-1875), que se graduou em 1841 em Tubigen (ALE) e também em 1843 veio para o Brasil para atuar como médico da comunidade alemã de Salvador. 

Além desses três estrangeiros, no início, outros quatro médicos brasileiros tiveram participação na fundação da Associação, dois deles professores da Fameb: Antônio José Alves (professor de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Bahia e pai do poeta Castro Alves), Antônio Januário de Faria (professor de Clínica Médica da Faculdade), além dos médicos do “Hospital de Caridade” da SCM, Manuel Maria Pires Caldas (cirurgião) e Ludgero Rodrigues Ferreira (clínico). Este último, infelizmente, adoeceu antes que pudesse dar sua contribuição às sessões, vindo a falecer logo depois (JACOBINA; CHAVES; BARROS, 2008; SOLLA; DOURADO, 2015).

Esses profissionais assumiram o compromisso de reunir-se em duas sessões mensais, à noite, para “praticar assuntos científicos”, debatendo questões médicas e buscando se atualizar na literatura médica. O Dr. José Francisco da Silva Lima escreveu sobre este período inicial, duas décadas depois, lembrando que as discussões aconteciam ora na casa de e John Paterson, idealizador da criação dessa associação médica, ora na casa dos outros cinco sócios, já que um tinha se encantado. (JACOBINA; CHAVES; BARROS, 2008) Segundo o testemunho do próprio Silva Lima, nos seus Escritos médicos do Dr. J. L. Paterson, de 1886, citado por Antônio Pacífico Pereira (1916), nos encontros da “associação de facultativos”, os assuntos eram diversos e, muitas vezes, fortuitos. Nesse registro, diz Silva Lima: “[...] não havia estatutos, nem programas, nem formulas de discussão, nem relatórios, nem actas; ninguém ali tinha por obrigação fazer ou dizer coisa em algum tempo, modo e matéria determinados; mas quando, como e o que queria ou podia” (LIMA, 1867).

Ao grupo original, congregaram-se estudantes e médicos mais jovens, alguns dos quais iriam se tornar atores políticos importantes, no movimento abolicionista e no republicano (BENCHIMOL, 2000). Como exemplo de participação estudantes destacamos Antônio Pacífico Pereira (1846-1922) e seu irmão Manuel Victorino Pereira (1853-1902), atraídos pela crítica à Medicina ocidental tradicional e pelas pesquisas originais desenvolvidas pelo grupo. (VARELA; VELLOSO; MADUREIRA, [2005?])

Nasceu no seio dessa sociedade o “pensamento progressista” de criar na Bahia um periódico médico, sendo o Professor Antônio Januário Faria o autor da proposta. Essa ideia culminou na criação da Gazeta Médica da Bahia (GMB), em 1866, periódico que Silva Lima editaria por muito tempo.

Foi em 1866 que na venerável cidade do Salvador um grupo de clínicos de valor, julgou útil sobrepor-se à indiferença dos profissionais de seu tempo, e resolveu completar as reuniões que effectuavam para trocar ideias, com publicação de uma revista mensal. (MOREIRA, 1918).


Em última análise, a criação da revista foi uma consequência lógica das reuniões científicas, haja vista que, embora fortuitas, foram gerando a necessidade do registro das experiências e das trocas de ideias (JACOBINA; CHAVES; BARROS, 2008).
A essa altura, as reuniões não mais aconteciam apenas nas residências, mas no Hospital de Caridade da Santa Casa de Misericórdia, onde, além do trabalho desenvolvido, ocorriam sessões médicas, nas quais eram debatidos casos clínicos; aí foi a “escola” dos estudos e das investigações clínicas, anatomopatológicas e microscópicas feitas pelos integrantes da “associação”. A visibilidade do grupo se alicerçava nos artigos que eram publicados na Gazeta Médica da Bahia. (MAIO, 1995; BENCHIMOL, 2000).

Ao grupo de médicos que se organizou em torno da Gazeta Médica da Bahia (GMB) e à obra produzida por eles, deu-se, a posteriori, o nome de Escola Tropicalista Baiana (ETB). Em geral, identifica-se na obra de Antônio Caldas Coni, de 1952, a denominação feita ao grupo, mas Jacobina, Chaves e Barros (2008) encontraram, numa obra de 1949, do médico e memorialista Pedro Nava a denominação Escola Parasitológica e Tropicalista da Bahia. Três anos depois, Antônio Coni simplificou para Escola Tropicalista Bahiana - ETB (SOLLA; DOURADO, 2015).

A ETB denomina não uma instituição de ensino formal, mas um grupo de médicos estabelecidos na Bahia que se dedicou à prática de uma Medicina voltada para a pesquisa da etiologia das doenças tropicais ou de climas quentes, ou ainda “patologias intertropicais” que acometiam as populações pobres do país, principalmente os negros escravos. A designação de “tropicalistas” foi dada apenas pelos historiadores e outros estudiosos; os próprios nunca se autodenominaram dessa forma.

Lycurgo de Castro Santos Filho, em seu minucioso estudo sobre a Medicina brasileira, diz sobre a obra desses mestres da Escola Tropicalista: 

[...] ao buscarem o reconhecimento de doenças e afecções reinantes em outros países e que grassariam no Brasil, repetiram pesquisas pela microscopia, repetiram exames histo e anátomo-patológicos, observaram a sintomatologia, conseguiram, por vezes, acrescentar novos dados à etiologia, à própria sintomatologia e à terapêutica, e confirmaram, em primeira mão, a presença de entidades mórbidas da chamada patologia tropical. Foram pioneiros. Demonstraram, em qualquer dúvida, a incidência de diversas e graves doenças. São perfeitas as suas observações considerando-se os conhecimentos que possuíam e o confinamento científico em que viviam. (SANTOS FILHO, 1991, p. 478)

A ETB, além de se caracterizar pelas descobertas científicas sobre a etiologia de doenças típicas do Brasil imperial, pelo interesse específico (ou engajamento político) sobre as doenças da população menos favorecida, incluindo escravos, e pelo modelo de uma assistência à saúde por meio da Medicina Sanitarista de caráter popular, caracterizou-se, ainda, pelo intenso intercâmbio científico mantido com pesquisadores estrangeiros.

A GMB, embora não tenha sido a primeira publicação médica do Brasil (pois os Seminários de Saúde Pública da “Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro” depois “Academia Imperial de Medicina”, começaram a ser publicados em 1831), ela foi o primeiro periódico médico brasileiro, exclusivamente dedicado às publicações científicas, atingindo o posto de principal revista científica nacional do século XIX. (PEARD, 1997)

Para o primeiro volume, publicado em 10 de julho de 1866 (figura 7), Silva Lima que, na primeira fase foi a “alma da revista”, convidou para redator chefe o Prof. Virgílio

Clímaco Damázio, também da Fameb, cuja introdução, que Juliano Moreira (1918) reconhece o estilo da escrita de Silva Lima, seu grande mestre, foram explicitados os objetivos da Gazeta:

O nosso propósito é simplesmente o seguinte: concentrar, quanto for possível, os elementos ativos da classe médica, afim de que, mais unidos e fortificando-se mutuamente, concorram para aumentar-lhe os créditos, e a consideração pública; difundir todos os conhecimentos que a observação própria ou alheia nos possa revelar; acompanhar o progresso da ciência nos países mais cultos; estudar as questões que mais particularmente interessam ao nosso país; e pugnar pela união, dignidade e independência da nossa profissão. (DAMAZIO, 1866, p. 3)

Nela foram publicados trabalhos originais relacionados, em suma, mas não somente, às chamadas doenças tropicais, como ancilostomíase, filariose, beribéri, “ainhum”, entre outras, e contribuíram para promover debates sobre Parasitologia e algumas doenças como a tuberculose, a lepra, dracunculose e o maculo (diarreia que acometia os escravos novos). Esses trabalhos eram resultantes de um programa de pesquisas pioneiro e revolucionário nos campos da anatomia, fisiologia, patologia, parasitologia, microbiologia, medicina social e outras disciplinas que começavam a constituir o campo da medicina científica no país, focalizando seu interesse científico nas doenças das populações pobres e excluídas, particularmente os escravos (VASCONCELOS; SANTOS, 2007; JACOBINA et al., 2008) .

A vastíssima contribuição de Silva Lima à Gazeta Médica da Bahia pode ser resumida nas seguintes palavras proferidas por Afrânio Peixoto (1947), no seu Livro de horas:


Foi o principal fundador da Gazeta Médica e dos estudiosos dessa escola baiana, iniciadora da medicina dita “tropical“, na Bahia. Segundo os hábitos de hoje devia chamar-se “doença de Silva Lima” ao Ainhum, por ter lhe cabido a primazia de investigar aqui o mal africano, aqui trazido e aqui estudado pela primeira vez; Manson e Juliano Moreira, que vieram depois, não me deixarão mentir. E sobre hematoquilúria, e beribéri, boubas, maculo, dracontíase, febre amarela, opilação, lepra...e quantas, quantas outras mazelas, ditas tropicais, não estudou, investigou, tratou Silva Lima! Este sábio médico foi uma Faculdade, só ele! (PEIXOTO, 1947; grifo nosso)


Os médicos e professores da Associação de Facultativos e da Gazeta eram contra a escravidão. Ao contrário da medicina vigente no Brasil Império, eles deram visibilidade às doenças dos escravos, tanto que uma doença étnica que acometia os negros e descendentes, o Ainhum, foi denominada como sugeriu Afrânio Peixoto no texto acima como “Doença de Silva Lima”.

Outro protagonismo de Silva Lima que não pode ser esquecido foram suas publicações na GMB sobre o glossário médico, que não tinha ainda uma padronização.

Assim destaca Moreira (1918) sobre o tema: “Aproveito a oppportunidade para lembrar que Silva Lima foi no Brazil o primeiro médico que se ocupou, em uma série de artigos da mesma Gazeta Médica da Bahia, subordinados ao tíitulo ‘Glossario medico – dos vocábulos, phrases e locuções incorretas ou variavelmente escriptos, pronunciados ou interpretados”.

Em dezembro de 1867, tem-se mais um protagonismo de Silva Lima para com sua categoria profissional. Um ano depois de criada a Gazeta, juntamente com os colegas da Associação de Facultativos, Silva Lima iria fundar a Sociedade Medico-Pharmaceutica de Beneficencia Mutua, com uma participação mais ampla. Segundo o Dr. Góes Siqueira (1866), importante difusor desse empreendimento, esta entidade teria o potencial de solucionar questões e problemas concernentes ao progresso da ciência médica, das instituições higiênicas e sanitárias, ao exercício, decoro e dignidade profissionais, aos seus direitos e prerrogativas, aos socorros mútuos e “[...] tudo o mais quanto pode-se influir para os créditos e prosperidade da família médica”. Portanto, configurando-se em propósito mais amplo que um sistema previdenciário, aos moldes atuais, como pode sugerir o nome da associação.

A ideia de criação dessa associação surgiu de uma observação calcada na história do desenvolvimento das diversas áreas do conhecimento, da História Natural à Matemática, passando pela Química, Física, Tecnologia, Economia e a própria Medicina. No Brasil, já existiam associações de outras profissões, mas, ao contrário de países como França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Bélgica e Estados Unidos, onde a categoria médica logo compreendeu e aplicou o princípio da associação, no Brasil na categoria médica não havia. A profissão existia “[...] dispersa, isolada, sem um laço fixo e dominante, sem um centro que a dirija e a encaminhe em suas nobres aspirações” (SIQUEIRA, 1866)

Benemérito da profissão, Silva Lima defendeu a proposta de criação da Associação Médico-Farmacêutica de Beneficência Mútua, a partir de diversos argumentos, mas, sobretudo, abordando a problemática do destino do médico que se entrega de corpo e alma ao sacerdócio da arte da Medicina, algumas vezes sacrificando o próprio bem-estar em prol de

[...] uma sociedade que não conhece bem o valor dos serviços que recebe e que se julga desobrigada até do próprio sentimento de gratidão, mesmo quando não os troca por minguados honorários, uma vez que tem-se por dever do médico a prática da caridade.

Nessa transcrição, comprova-se, novamente, a notável elevação de espírito própria da psicologia de Silva Lima, ao comentar uma situação deplorável da sua realidade como médico (que outros contornariam com a prática ambiciosa, mercenária e desonesta) e ainda assim considerar e manter intocáveis princípios básicos da profissão médica – caridade, honestidade e beneficência.

O Codigo de Ethica Medica adoptado pela Associação Medica Americana (AMA) foi um dos mais prestigiados trabalhos de Silva Lima publicados na Gazeta Médica da Bahia. Nesta relevante publicação de 31 de outubro de 1867, além de simplesmente traduzir o Código de Ética publicado pela Associação Médica Americana, tece comentários acerca do exercício legal e moral da medicina, criticando práticas vis correntes em seu tempo (veremos que não só no tempo dele, mas também no nosso).

Sobre a AMA, escreveu Silva Lima: 

[...] salutares preceitos emanados de tam legitima e competente authoridade como é a principal associação medica do continente da América; authoridade tanto mais insuspeita e acceitavel para nós, quanto nos vem de um povo illustrado e amigo, educado á sombra de instituições libérrimas como as nossas, e que sabe subordinar a liberdade do cidadão aos principios da justiça e da honestidade, qualquer que seja a sua posição na ordem social. (LIMA, DS, 19767)

Inicia o trabalho com uma crítica ao charlatanismo, explicitado pelo próprio Silva Lima não só como a prática “imprudente e ousada” de indivíduos que não tenham sido “legal e devidamente qualificados” como também a “tendência progressiva e perniciosa” de alguns membros da profissão [...] “á imitar as práticas condenáveis dos charlatães, levados, ou pela cúbica de um lucro deshonestamente extorquido ao público, ou pela ambição de uma fama conquistada por meios illegitimos”.

Criticou também e de modo precoce o processo que hoje chamamos de ‘mercantilização da medicina’:

Os estados mandam outorgar aos médicos um diploma como prova da sua aptidão profissional, [...], mas não lho dão para que abusem d’elle, nem d’esses direitos, e não convertam a nobre profissão a que pertencem n’uma mera industria, n’uma especulação mercantil. (LIMA, DS, 1976)

Ele denuncia, ainda, práticas condenáveis realizadas por sujeitos cujos nomes, hoje em dia, pertencem ao hall dos mais conhecidos laboratórios e fabricantes de medicamentos. Condena os anúncios médico-industriais, as exaltações em periódicos de suas habilidades médicas, a mercantilização do medicamento e da cura e a manutenção de segredo acerca de novos meios curativos. A semelhança com nossa realidade e a atual indústria farmacêutica não é mera coincidência. Considera, então, que a implantação de um código de ética que defina as obrigações e a posição do médico na sociedade é uma necessidade real e que contribuirá para o aperfeiçoamento do “nobre ministério” que é exercer o apostolado/sacerdócio da medicina.

O médico não pode, como o industrial, exigir privilégios pelos aperfeiçoamentos que possa trazer a sua arte, nem pelas suas descobertas; nem deve conservar um segredo [...] sobre qualquer meio curativo [...]; nem exaltar nos periódicos as suas curas e as suas habilidades operatórias; [...]. O prático honesto e consciencioso, não desce á arena ignóbil onde se debatem os mercadores de remedios e curas, a confundir-se na turba dos Holoways, Bristols, Ayers, Dehauts, Kemps, e uma infinidade de outros beneméritos da humanidade, que se aproveitam no Brasil de uma tolerância incrível, única talvez no mundo inteiro. (LIMA, DS, 1976)

Concluindo a introdução, Silva Lima ratifica que a legislação adotada pela AMA para todos os seus membros não se constitui em coisa nova e local, mas sim um “conjunto de máximas e preceitos reconhecidos pelos médicos eminentes de todo o mundo”.

Sobre o caráter de Silva Lima e sua propriedade e moral para discorrer sobre os assuntos relativos à deontologia, escreveram alguns dos médicos de maior reputação no quadro nacional e de reconhecida categoria:

Silva Lima foi o doutrinador exemplar destes preceitos, que deviam servir de norma aos membros da classe em suas relações com os clientes, com as autoridades judiciarias e administrativas, e com os collegas. A introdução magistral com que elle comentou o precioso Codigo nesta Gazeta é um documento da elevação do seu espírito e da nitida comprehensão do dever profissional de que elle foi constante e inflexivel exemplo. (PEREIRA, 1910)

Os seus sentimentos pelo que respeita ao decoro profissional e ao elevado caracter que a classe medica em toda a parte deve manter em suas relações mutuas e com a sociedade, manifestava-se nos exemplos que dava e na intolerancia absoluta par com aquelles collegas que conscientemente sacrificam a dignidade da profissão, indo por caminhos tortuosos á conquista de reputação e de interesses illegitimos, [...]; detestava em summa o charlatanismo profissional. (John Paterson apud PEREIRA, 1910)
A seriedade de suas convicções, o desvelado e elevado amor que tinha á sua carreira, o respeito com o qual era merecidamente ouvido, a discreta e educada nobresa das suas explanações, a cultura de seu espírito, fizeram delle o arbitro, não só das questões de clinica, como das relações da vida medica. Era um compendio de ethica profissional e tinha opiniões seguras e dignas sobre o assumpto, hauridas em livros inglezes e na prática profissional, principalmente na Inglaterra e nos Estados Unidos. (AMARAL, 1910)

Data de 1908 a última publicação do Dr. José Francisco da Silva Lima na GMB, tratando-se a mesma de uma Carta Congratulatória à comissão de organização das festas comemorativas do Centenário do ensino médico no Brasil. Preso ao leito pela aterosclerose que o acometera, Silva Lima não pôde comparecer à solenidade, mas fezquestão de prestar sua homenagem. Em sua carta, manifestou com veemência a enorme gratidão pela terra que o acolheu e serviu de berço ao seu nascimento e desenvolvimento intelectual e o orgulho ao considerar que “o Brasil já possui uma literatura médica própria, a qual, se não é superior, certamente não é inferior, em extensão e valor científico, à das nações mais adiantadas da América Latina”. (PEREIRA, 1910)


Seguem trechos de sua Carta congratulatória:

[...] .é também no cumprimento de um dever de gratidão a esta terra generosa e hospitaleira, onde tive o meu nascimento intellectual e adquiri a instrucção e a cultura que me permittiam as minhas fracas aptidões. [...] as minhas cordiaes felicitações e os meus applausos [...] em homenagem á veneranda memoria dos benemeritos que promoveram e iniciaram o ensino medico, há cem annos, nesta bem abençoada Terra de Santa Cruz, que bem fadada pela Providencia, caminha a passos firmes para os seus altos e gloriosos destinos.

Em seu elogio histórico ao Dr. Silva Lima, o Dr. Braz do Amaral, então orador do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, relata a conquista na Bahia de uma “fama de oráculo”:

[...] nenhuma pessoa de importância morreu na Bahia, durante bons trinta annos, sem que tivesse aparecido junto á sua cama a figura alta e respeitável daquelle de cujas opiniões ninguém duvidava, tal o conceito adquirido em milhares de vezes nas quaes a sua opinião tinha coincidido com os acontecimentos. A todos os doentes graves em todos os casos nos quaes surgia uma dúvida, em que se atravessava um incidente, quando se interpunha uma dificuldade, a interrogação intra e extra profissional era sempre mais ou menos esta: O Silva Lima já viu? Que é que diz o Silva Lima? (AMARAL, 1910)

Entre os cargos ocupados por Silva Lima, merece destaque o trabalho como médico que exerceu por 24 anos no Hospital de Caridade. Um dos seus discípulos diletos, Juliano Moreira, faz o seguinte registro de sua atuação no Hospital da Caridade que era na prática “o hospital escola” da faculdade:

Não exerceu também posições no magistério oficial, o logar, porém, de médico do Hospital de Caridade deu-lhe oportunidade para revelar sua alta capacidade docente, congregando em torno de si dezenas de alunos que o acompanhavam na visita quotidiana ás suas enfermarias e que se sentiam vivamente attrahidos por seu ensino singelo, consiso, demonstrativo, em que pouco se falava, mas onde a evidencia de fenômenos, a abundância de factos, a clareza das asseverações e, sobretudo., a severíssima probidade dos conceitos deixavam o espírito seriamente esclarecido e satisfeito. (MOREIRA, 1918, grifos nossos)

E Juliano Moreira prossegue, em relação ao seu grande mestre prático: “Fundou ele, por assim dizer, no Brasil uma espécie de livre docência que bem era para almejar mais imitada. Deante de um caso clínico, em phrases precisas Silva Lima raciocinava e
opinava com tamanha segurança que tudo valia, por seu poder demonstrativo, as mais eruditas preleções” (MOREIRA, 1918, p. 3; grifos nossos). Nesse artigo, Moreira o nomeia “sábio tropicalista” Sim, havia na prática uma escola tropicalista. Moreira deu as bases para Nava e Coni nomearem aquela associação e sua revista de “escola tropicalista bahiana (JACOBINA, 2019, p. 279-280).

Em 1888, foi fundada a Sociedade de Medicina e Cirurgia na Bahia e mais uma vez é Juliano Moreira que se destaca: “A eleição para presidir os trabalhos dessa associação demonstra o alto prestigio de que ele gosava entre os colegas da velha capital do Norte” (MOREIRA, 1918). Em 1899, presidiu o III Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia. Depois ele foi nomeado Presidente de honra da Sociedade de Medicina. Outro cargo de destaque foi a presidência do Conselho Sanitário Estadual, desde sua criação até 1907, quando seu estado de saúde o obrigou a deixá-lo, sendo distinguido com o título de Presidente Honorário. Registra-se abaixo a declaração de voto do Prof. Luiz Anselmo da Fonseca, ao ser proposto o nome de Silva Lima para ocupar a presidência de honra do Conselho Sanitário da Bahia:


Declaro que voto com a maior satisfação e ao impulso dos mais vibrantes sentimentos de justiça e reconhecimento, pela proposta do Sr. Dr. Pacífico Pereira, para que o Conselho solicite do Governo se digne conferir o título de presidente honorário perpétuo deste Conselho, ao seu ex-presidente efectivo, Sr. Dr. José Francisco da Silva Lima, [...] pelos altos serviços à saúde pública e pela rija integridade moral, merece ser considerado e honrado como um modelo de verdadeiro homem da Ciência, como uma das mais legítimas glórias da medicina brasileira e um benemérito.(apud FALCÃO, 1976)


Seu encantamento se deu em 10 de fevereiro de 1910, após três anos de sofrimento pela aterosclerose que o acometeu. Nestes últimos anos viveu profundamente triste. (AMARAL, 1910). Em tom de amargura, disse Silva Lima ao amigo Hermenegildo Braz do Amaral:

Estou quase cego, atirado ahi para um canto como um objecto inútil e fui ferido no órgão que mais falta me faz. Não posso ler, não posso escrever, e é o que mais me tortura. Se podesse fazer isso, me sentiria feliz! Que importa o resto para quem nunca imaginou viver tanto! (AMARAL, 1910)

Enfim, na redação da Gazeta Médica da Bahia, em seus primeiros 40 volumes, raras vezes faltou o “brilho de sua pena e o ensinamento de sua profunda experiência e vasta erudição”. “A redacção da Gazeta Medica curva-se reverente diante de seu túmulo e dedica-lhe este número (nº 8, v. 41, fev. 1910) como uma homenagem de admiração pelo mestre e de profunda saudade pelo sábio cultor que prodigalizou-lhe a seiva de seu talento e o trato carinhoso da sua paternal dedicação. (PEREIRA, 1910)

A Academia de Medicina da Bahia (AMBA) escolheu José Francisco da Silva Lima para Patrono da Cadeira n. 28 e, desse modo, fez uma bela homenagem a este médico e verdadeiro Mestre de Mestres como Antônio Pacífico Pereira, Manuel Victorino, Juliano Moreira, Braz Amaral, entre outros. Foram Titulares da cadeira os Professores Fernando São Paulo e Humberto de Castro Lima, agora patrono da nova cadeira n. 47. A Titular atual é a Confreira Maria Luísa Carvalho Soliani, que tão bem representa esta cadeira.


BIBLIOGRAFIA COMPENDIADA
A bibliografia completa dos trabalhos do Dr. José Francisco de Silva Lima, publicada na Gazeta Médica da Bahia, contabiliza mais de 200 obras, de 1866 a 1908. (PEREIRA, 1910; LIMA, 1976). Segue um breve resumo dos principais trabalhos, a título de ilustração. Juliano Moreira, redator da Gazeta de 1901-1902, quando foi para o Rio de Janeiro, registra que: “Nos trinta e cinco primeiros tomos da Gazeta Médica da Bahia não há volume sem trabalho escripto pelo mais operoso dos redactores do velho periódico” (MOREIRA, 1918)
GAZETA MÉDICA DA BAHIA (GMBahia) - Primeira Série: 1866-1874
1866 a 1869 – Contribuição para a história de uma moléstia que reina atualmente na Bahia sob a forma epidêmica e caracterizada por paralisia, edema e fraqueza geral. GMBahia, v.1, n.10, p.110-113, nov. 1866; v.1, n.11, p. 125-128, dez. 1866; v.1, n.14, p.158-160, jan.1867; (…) v.3, n.56, p. 145-147, fev.1869. (Esta série de 19 artigos foi reeditada em 1872 com aditamentos, em um volume, sob o título Ensaio sobre o beri-béri no Brasil.
1867 – Estudo sobre o ainhum, moléstia ainda não descrita, peculiar à raça etiópica e afetando os dedos mínimos dos pés. GMBahia, v.1, n.13, p.146-151, jan. 1866; v.1, n.15, p.172-176, fev.1867.
1869 – Febre amarela transportada pelo vapor Guiscardo; transmissão da moléstia a uma única pessoa nesta cidade [Salvador]. GMBahia, v.4, n.75, p.25-28, set. 1869.
1871 a 1873 – Tratamento do Dr. Beauperthuy contra a elefantíase dos gregos. GMBahia, v.5, n.97, p.4-5, ago. 1871; (...) v.97, n. 145, p.5-8, ago. 1873.
1873 – Febre amarela na Bahia (de 1872 a 1873). GMBahia, v.7, n.133, p.193-196, fev.1873.
1874 – A varíola no Hospital de Caridade, no período de 19 anos, de 1855 a 1873. GMBahia, v.7, n.165, p.321-325, jun. 1874.
GAZETA MÉDICA DA BAHIA - Segunda Série: 1876-1883
1876 – Asilo São João de Deus (alienados). Primeiro relatório anual. GMBahia, v.8 n. 2, p.78-85, fev.1876; Segundo relatório anual. GMBahia, v.9, n. 2, p.82-86, fev.1877.
1877 – Nova fase na questão da natureza verminosa da quilúria; descoberta do representante adulto da filaria de Wucherer GMBahia, v.9 n. 9, p.387-396, set.1877.
1877 – Novos fatos para a história da filária de Wucherer. GMBahia, v.9 n.12, p.538-546, dez.1877.
1878 – O falecido Dr. Wucherer e a Filária bancrofti. Carta ao The Lancet. . GMBahia, v.10, n. 4, p.181-184, abr.1878
1879 – Caso de gravidez com integridade do hímen. GMBahia, v.9, n. 9, p.397-399, set.1879.
1880 – A carne crua e as tênias. GMBahia, v.7 n. 1, p.1-5, jul.1880.
1881 – Notícia sobre o ainhum. GMBahia, v.12 n. 8, p.341-360, fev.1881.
1882 – Nota sobre o tratamento do bicho-de-pé. GMBahia, v.14 n. 9, p.383--390, mar.1883.
GAZETA MÉDICA DA BAHIA - Terceira Série: 1883-1890
1884 – Contribuição para o estudo do ainhum. GMBahia, v.1 n. 10, p.466-477, abr.1884.
1884 – Caso excepcional do ainhum, novembro. GMBahia, v.16 n. 5, p. 205-208, nov.1884.
1885 – A digitalis em alta dose no delirium tremens. GMBahia, v.16 n. 10, p. 440-444, abr.1885.
1887 – O Dr. Paterson, sua vida e sua morte: esboço biográfico. GMBahia, v.18 n. 8, p. 337-344, fev.1887.
1887 – Contribuição para o estudo do ainhum, . GMBahia, v.19 n. 1, p. 12-18, jul.1887.
1888 – Notícia acerca do beri-béri nas Índias Ocidentais. GMBahia, v.19 n. 7, p. 289-299, jan.1888; v.19 n. 8, p. 337-343, fev.1888; v.19 n. 9, p. 385-391, mar.1888.
GAZETA MÉDICA DA BAHIA - Quarta Série: 1890-1897
1890 – A varíola no Hospital de Caridade, no período de 35 anos. GMBahia, v.22 n. 2, p. 49-62, ago.1890
1890 – Discurso inaugural do III Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia. GMBahia, v.22 n. 4, p. 145-159, out.1890.
1891 – Patologia histórica e geográfica das boubas, maculo e dracontíase no Brasil. GMBahia, v.22 n. 7, p. 297-305, jan.1891. (…); v.22, n.12, p.533-540, jun. 1891.
1891 – Chyluria parasitária curada pelo timol. GMBahia, v.23 n. 7, p. 310-315, jan.1892.
1893 – Glossário médico, janeiro a junho. GMBahia, v.24 n. 7, p. 331-333, jan.1893; v.24, n.10, p. 475-477. abr.1893; v.24, n.11, p. 523-525, maio 1893; v.24, n.12, p. 570-574. Jun.1893.
1893 – A febre amarela na Bahia; estação preferida. GMBahia, v.24 n. 7, p. 342-344, jan.1893.
1896 – Os mosquitos e a malária. GMBahia, v.28 n. 2, p. 45-50, ago.1896.
GAZETA MÉDICA DA BAHIA - Quinta Série: 1897-1907
1898 – O beri-béri na marinha de guerra nacional. GMBahia, v.30 n. 4, p. 145-150, out.1898.
1900 – Estudo sobre a lepra no Brasil(bibliografia). GMBahia, v.32 n. 2, p. 72-79, ago.1900.
1905 – História médica do Brasil: uma carta do Marquês de Pombal. GMBahia, v.37 n. 1, p. 13-19, jul.1905
1906 – À memória de Wucherer. Traços biográficos do Dr. Otto Wucherer. GMBahia, v.38 n. 5, p. 231-235, nov.1906.
1907 – Para a história do ainhum. GMBahia, v.38 n. 7, p. 356-359, jan. 1907.
Figura 2 - Aldeia de Villarinho, Província da Beira (Portugal)
Figura 3 - Faculdade de Medicina da Bahia
Figura 4 – Tese inaugural do formando José Francisco da Silva Lima - 1851
Fonte: Acervo da Bibliotheca Gonçalo Moniz – FMB-UFBA.
Figura 5 - John Paterson Figura 6 - Otto Wucherer
Fonte: Brasiliensia Documenta (v. 9, n. 3, 1976). Gazeta
Médica da Bahia (FMB-UFBA)
Figura 7 - A primeira página da Gazeta Médica da Bahia
Fonte: Gazeta Médica da Bahia ( v. 1, n. 1, p. 1, 10 jul. 1866).
Figura 8- A “doença de Silva Lima” ou Ainhum no pé de um escravo.
Fonte: Gazeta Médica da Bahia (v. 1, n. 13, p. 149, jan. 1867).
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RONALDO RIBEIRO JACOBINA,
Professor da FMB-UFBA |(Aposentado-PROPAP)
Titular da Cadeira n. 29 da Academia de Medicina da Bahia
DAVI JORGE FONTOURA SOLLA
RODRIGO GODINHO DOURADO
Médicos formado pela FMB-UFBA

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