Academia de Medicina da Bahia Scientia Nobilitat
Tamanho da Fonte
Manuel Vitorino Pereira
Cadeira: 34
Patrono: Manuel Vitorino Pereira
Patrono

Manuel Victorino Pereira nasceu em Salvador, no dia 30 de janeiro de 1853. Filho de Carolina Maria Franco Pereira, baiana, e de Victorino José Pereira, português, marceneiro de profissão, que chegou na Bahia em 1830. (Pereira, 1876) Era o sexto dos dez filhos: Victorino José Pereira Júnior e Dionísio Eliziário Pereira, que foram combater na guerra do Paraguai; Antônio Pacífico Pereira e Francisco Bráulio Pereira, que seguiram o curso na Faculdade de Medicina da Bahia (FMB); José Basílio Pereira, o quinto filho da família, seguiu a carreira eclesiástica; Manoel Victorino, o sexto e mais um na FMB; e as quatro irmãs Carolina, Elisa, Maria Carolina e Ana Amélia. (Nunes, 1981; Sales; Santos Jr, 2015)

De infância pobre, até os 14 anos só havia recebido educação básica e instrução profissional indispensável ao desempenho da arte de marcenaria, a que se dedicava seu pai. A família possuía uma oficina de marcenaria num sobrado na Rua da Preguiça, n° 55, local onde lhe coube ajudar o pai, começando como aprendiz de marceneiro, em 1865.

Em 1867, faleceu na guerra seu irmão Dionísio Eliziário, no mesmo ano da formatura de Antônio Pacífico Pereira. Diante de todos os acontecimentos, Manoel Victorino desejava mais e, assim, como alguns dos irmãos, queria ter acesso aos estudos. Ele desejava seguir a carreira literária, no que foi atendido pelos seus familiares. Em dois anos apenas, cursou os preparatórios e, por fim, em 1871, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia. (Sales; Santos Jr, 2015)

Enquanto acadêmico, foi professor particular para estudantes de Medicina e de Farmácia. Tornou-se Preparador interino de Química Legal na Faculdade de Medicina da Bahia. Atuou no jornalismo acadêmico, com ideias abolicionistas e liberais.

Em 1876, Manuel Victorino conclui o curso médico, tendo sido aprovado com distinção em quase todos os anos do curso. (Oliveira, 1992) Defendeu a tese inaugural de formatura Moléstias parasitárias mais frequentes nos climas intertropicaes (Pereira, 1876), produzida na Santa Casa de Misericórdia da Bahia, obra da medicina tropicalista que continha grande protesto contra a escravidão. Nesse período, estava em passagem pela Bahia o prestigiado historiador e influente diplomata Francisco Adolfo de Varnhagem, que viu a apresentação da tese e ficou impressionado com a firmeza e conhecimentos apresentados por Victorino. (Sales; Santos Jr, 2015)

Nesse mesmo ano da sua colação de grau, 1876, ele se filia ao Partido Liberal (PL), que à época era liderado pelo também baiano Ruy Barbosa. Seis meses após ter se diplomado, disputou concurso, tendo sido aprovado em primeiro lugar, com a tese de concurso Álcoois poliatômicos, em 1877. Portanto, um ano depois de formado, foi aprovado e nomeado Professor Substituto da seção Ciências Acessórias da Faculdade de Medicina da Bahia. (Oliveira, 1992)

Em 1879, a convite do Dr. John Paterson, um dos fundadores dessa famosa “Associação de Facultativos” que criou a Gazeta Médica da Bahia, que viajaria para rever a Escócia, sua terra natal -, o jovem professor Manuel Victorino, membro dessa “escola tropicalista”, parte rumo a Europa, com o intuito de conhecer os principais centros médicos de Paris, Viena, Londres e, especialmente, os de Berlim. Nessa cidade, ele frequentou aulas teóricas e práticas de Robert Koch (microbiologista que, em 1882, descobriria o bacilo da tuberculose) e de Rodolfo Virchow (fundador da Patologia Celular e um dos criadores da Medicina Social); em Viena, fez cursos com Carlos Ludwig, grande químico e genial fisiologista, e acompanhou operações feitas por Cristiano Alberto Teodoro Billroth (das cirurgias Billroth I e II), criador da alta cirurgia do aparelho digestivo. Tornou-se bom amigo deste último, cuja influência ajudou a tornar Manuel Victorino um cirurgião. (Sales; Santos Jr, 2015)

De forma impressionante, Victorino teve contato com as inovações da Medicina e percebeu que, um país baseado na mão-de-obra escrava, jamais poderia se desenvolver. Ir tão longe lhe proporcionou a oportunidade de se dedicar aos conhecimentos da arte cirúrgica, trazendo de volta ao Brasil uma orientação moderna dos estudos médicos e um esboço do método experimental. (Torres, 1946)

Discípulo de Joseph Lister, introduziu o método antisséptico no Brasil. Ao voltar da Europa, casou-se em 24 de julho de 1881 com Maria Amélia Silva Lima, filha do grande médico tropicalista português radicado na Bahia, José Francisco da Silva Lima. (Sales; Santos Jr, 2015)

De 1881 a 1882, assumiu gratuitamente a mais nova cadeira de Anatomia e Fisiologia Patológicas na Fameb. Com o início do estudo da referida disciplina, organiza-se o Gabinete de Anatomia e Fisiologia Patológicas, com um serviço de autópsias e o Horto Botânico da Fameb (Oliveira, 1992, p. 223).

Como colaborador de revistas acadêmicas e de jornais baianos, participou de numerosas assembleias científicas, literárias e políticas. Voltou a trabalhar no hospital da Santa Casa de Misericórdia em 1882. Em 1883, disputou o concurso para a Clínica Cirúrgica. Aprovado por unanimidade, com distinção, obteve pela primeira vez, na sua época, um voto de louvor (Oliveira, 1992). Tornou-se, então, catedrático da 2ª cadeira de Clínica Cirúrgica em agosto de 1883 após brilhante concurso, sabendo-se que, com esse posto, Manoel tornar-se-ia conhecido como Mestre de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Bahia.

Foi considerado um dos melhores cirurgiões da Bahia no final do século XIX e o primeiro a aplicar os modernos cuidados antissépticos, idealizados por Lister, na sua prática cirúrgica. Estabeleceu uma rígida disciplina de médico-cirurgião e professor, porém não deixou de ser sensível às grandes questões de seu tempo: abolição do trabalho escravo e um regime mais federativo para o Brasil.

Seguindo seu irmão, Antônio Pacífico Pereira, foi membro desde estudante da “Escola Tropicalista da Bahia”, pois, assim que formou, participava da Associação de Facultativos da Bahia e colaborava na Gazeta Médica da Bahia, já fundada em 1866. Vale registrar que foi Antônio Caldas Coni, em 1952 (Coni, 1952) quem popularizou a noção da importância de uma “escola” de Medicina Tropical no século XIX na Bahia, adotando, com ligeira modificação, a expressão do médico e escritor Pedro Nava: “Escola Parasitológica e Tropicalista da Bahia.” (Jacobina; Chaves; Barros, 2008)

Assim como seu irmão, Manuel Victorino Pereira, se sentiu atraído pelas ideias desafiadoras do grupo, que pregava uma Medicina voltada para as singularidades do país, ao invés de uma Medicina reprodutora dos padrões europeus. (Heizer; Videira, 2001) As discussões do grupo se voltavam para o estudo das doenças de clima quente, denominadas “patologias intertropicais”. (Barros, 1998; Edler, 1999)

Nessas reuniões, suas discussões científicas eram baseadas nas novas disciplinas que surgiram durante o século XIX: Anatomia Patológica, Parasitologia e Bacteriologia. Suas hipóteses de estudo surgiam das mais avançadas ferramentas da Medicina europeia, como novos métodos clínicos baseados em medidas e aplicados pela Fisiologia, o uso da química na análise de corpos fluidos e uso pioneiro do microscópio no Brasil.

Por outro lado, ali houve o questionamento dos conhecimentos europeus a respeito da saúde pública brasileira. Eles não aceitaram o determinismo racial e climatológico e a ideia de desqualificação e degeneração irreversível dos habitantes dos trópicos. Defendiam a ideia de que quase todas as doenças eram universais, mas que a umidade e o calor as exacerbavam, assim como as particularizavam. Costumavam associar as doenças nos trópicos à pobreza, à má nutrição, à falta de saneamento e às más condições de vida dos escravos. (Falcão, 1975; Barros, 1998; Edler, 1999)

Sem dúvida, o grupo se opunha ao ensino médico oficial, diante de tantas restrições tecnológicas, que se baseava na teoria miasmática para explicar a etiologia das doenças, pressupondo que o solo produzia emanações causadoras de doenças que acometiam as populações.

A prática e o ensino da “nova” Medicina eram exercidos informalmente na Santa Casa de Misericórdia da Bahia. Muitos trabalhos foram desenvolvidos, apesar da falta de apoio oficial e de fundos para a sua realização. Fizeram descobertas relacionadas à ancilostomíase, à filariose (elefantíase), ao ainhum (alteração nos dedos do pé) e a algumas doenças, como o beribéri, a tuberculose, a lepra, a dracunculose e o maculo (diarreia que acometia os escravos novos). A divulgação desses estudos se dava por meio da revista Gazeta Médica da Bahia, lançada em julho de 1866, com periodicidade quinzenal (dias 10 e 25 de cada mês). Ela foi premiada pelo Departamento de Artes Liberais da Exposição Universal Colombiana, realizada em Chicago, em 1893, e pela Exposição Nacional de 1908. Nesse âmbito, muitos outros personagens estiveram ligados à história da Gazeta, inclusive o próprio Manoel Victorino Pereira.

Em 1885, começa uma nova fase em sua vida, a de político. Sua militância foi exercida no Partido Liberal (PL), sendo que, em abril do mesmo ano, assumiu a Secretaria do Diretório do PL na Bahia. Nesse mesmo período, assumiu também a chefia da redação do Diário da Bahia, de propriedade do Conselheiro Dantas, no qual publicou diversos artigos de crítica aos gabinetes de Saraiva e de Cotegipe, exigindo abolição da escravidão, a transformação do Brasil em uma federação e a extinção do senado vitalício. Muitos consideram o Diário da Bahia o berço de sua atuação política.

Seus argumentos sugeriam uma ampla revisão da Constituição de 1824, para que a Monarquia Unitária se transformasse em Monarquia Federativa. Nessa posição política, é companheiro de Ruy Barbosa. O político envolveu-se intensamente nas questões que agitavam o país, destacando-se na campanha abolicionista, tendo se tornado um dos sustentáculos do ministério Dantas. Em 13 de dezembro de 1886, no largo da Graça, foi inaugurado um monumento em homenagem ao já citado Dr. John Ligertwood Paterson, do grupo tropicalista, falecido em 9 de dezembro de 1882. Estiveram presentes Manuel Victorino, seu irmão Antônio Pacífico e seu sogro, José Francisco da Silva Lima, que proferiram discursos relembrando o saudoso mestre, colega e amigo. (Sales; Santos Jr, 2015)

Em 1887, seus pais completavam 50 anos de casamento. Movido por seus ideais e aproveitando-se de tal festividade, Victorino libertou todos os escravos pertencentes à sua família. Em 1888, idealizou a formação de um grêmio onde se discutissem casos clínicos, se comunicassem observações e houvesse troca de ideias. Diante dessa proposta, foi criada a Sociedade Médica da Bahia, cujos estatutos foram publicados na Gazeta Médica da Bahia. (Sales; Santos Jr, 2015)

No ano de 1889, foi o delegado baiano na convenção do PL, formando, juntamente com Ruy Barbosa e outros liberais, um núcleo que defendia a inclusão do federalismo e a temporalidade do Senado às pautas brasileiras. Esses ideais, porém, não foram bem vistos naquele momento. Apesar dos seus ideais federalistas, Victorino de início não era partidário da república, mas decerto o aproximavam de tal pensamento. Compareceu à fundação do Clube Republicano da Bahia e discursou a favor do PL. (Nunes, 1981)

Manuel Victorino ocupava em 1889 (desde 1886) a presidência do Liceu de Artes e Ofícios, onde fez importante reforma educacional, criou galerias de arte com obras nacionais e estrangeiras e uma biblioteca para instrução popular. Introduziu também a Educação Física e organizou um batalhão escolar do Liceu. Criou 30 diferentes cursos, além do primário, transformando o Liceu numa verdadeira universidade do povo. Na festa de aniversário de fundação do Liceu, a 27 de outubro de 1889, Manuel Victorino leu o seu relatório anual, como presidente da instituição, em que narrava as reformas educacionais ali desencadeadas. (Sales; Santos Jr, 2015)

A República foi proclamada no dia 15 de novembro de 1889, em meio à precária situação financeira do país, com dívidas interna e externa. As notícias desse acontecimento chegaram à Bahia por meio de um telegrama enviado por Ruy Barbosa para Manuel Victorino, telegrama este, que também informava que Victorino seria o novo Governador do Estado da Bahia. Exasperadamente, Victorino comunicou o ocorrido ao presidente da província, o médico e professor José de Almeida Couto, que era um liberal contrário ao federalismo. Nesse ínterim, informou também que não aceitava a sua indicação para o cargo. Almeida Couto levou as informações para o comandante das armas Hermes da Fonseca para tomarem uma decisão a respeito, republicana ou conservadora, mas o comandante optou por esperar para ver o desenrolar dos fatos. Insatisfeito com a decisão, Almeida Couto marcou uma reunião com republicanos, liberais e conservadores. Os republicanos não apareceram, os conservadores se retiraram e os liberais estavam divididos e isso mostrou o quão frágil estava o governo de Almeida Couto. Com a repercussão desses fatos, o quartel do 16° batalhão da infantaria tomou para si a decisão, que, como era de se esperar, foi a favor da nova ordem, a República. (Wildberger, 1949)

Dessa forma, eles indicaram como Governador da Bahia o médico e professor da FMB, Virgílio Clímaco Damásio, que foi o primeiro Diretor da Gazeta Médica da Bahia. Eles telegrafaram suas intenções para o Rio de Janeiro, porém, como resposta, foi exigido que o novo governador fosse Manuel Victorino Pereira, que, mais uma vez, nega-se a aceitar o cargo. Foi no dia 16 de novembro, portanto, que foi verdadeiramente proclamada a República na Bahia que, apesar de tão recente, já era alarmada pelo caos político instituído na cidade de Salvador, devido às dúvidas sobre quem afinal assumiria o poder. Em consequência disso, empossaram Virgílio Damásio, primeiro governador da Bahia.

Apenas cinco dias depois, a pedido de Ruy Barbosa, em 23 de novembro de 1889, Manuel Victorino Pereira, também médico e professor da Faculdade de Medicina, se torna o segundo governador do Estado da Bahia. Foi durante o seu governo que a Bahia passou de Província Unitária a Estado Federativo. Durante seu governo, tomou como base os ideais federalistas e presidencialistas. Logo no início, procurou promover a conciliação política e dissolveu os partidos conservador e liberal, remanescentes do império, seguindo seu governo com enorme disposição reformista.

As principais realizações, que infelizmente não tiveram aplicação prática, concentram-se no setor educacional: reforma do ensino primário e secundário (Nunes, 2000). Pouco depois de assumir o poder, preocupou-se com a questão da instrução pública, visto serem altíssimos os índices de analfabetismo no Estado e no País e, por ser, desde 1880 com a reforma eleitoral, necessário saber ler e escrever para se tornar eleitor. No dia 4 de dezembro, o governador Manuel Victorino nomeou uma comissão para apresentar um plano de reformas da instrução pública do Estado. (Tavares, 1981; Nunes, 200º; 2001)

No dia 30 de dezembro de 1889, estabeleceu o fundo escolar, que seria criado com dinheiro arrecadado para prover de recursos o sistema de ensino (Ato 30). No dia seguinte, instituiu o ensino primário obrigatório e leigo, dos 6 aos 13 anos, para ambos os sexos (Ato 31), o que foi considerado por alguns como uma afronta à liberdade de escolha; e no dia 10 de janeiro de 1890 criou o projeto de higiene escolar, chegando a dosar proteínas na alimentação das crianças e as horas de sono (Ato 10). No dia 15 de janeiro, foi baixado outro ato para o estabelecimento de um recenseamento escolar e, dessa forma, basear os atos da reforma do ensino em dados concretos. (Matta, 2002; Nunes, 2000; 2001; Política..., 2002)

Além desses atos, Victorino, em seu mandato, fez concessões de incentivo financeiro a empresas que levantassem capital para a construção de prédios escolares. Na verdade, ele tentou aplicar na Bahia aquilo que vira na Europa, porém as realidades eram muito diferentes, pois lá já se “respiravam” os ideais liberalistas, enquanto na Bahia o poder político apoiava-se na grande propriedade e no comércio de importação e exportação. Devido às naturais dificuldades de adaptação e operacionalização das novas diretrizes, houve uma demora na implementação da maioria desses atos educativos. Isto ocorreu devido a atrasos na execução dos itens do recenseamento (que permitiriam a alocação das escolas e distribuição dos professores), à lentidão no levantamento detalhado de todos os professores existentes no estado, à dificuldade de transmissão a todos estes professores das novas diretrizes preconizadas pela reforma e ainda devido à forte reação popular diante do ensino obrigatório. A insatisfação se tornou generalizada e houve um retardo na implementação do programa. A Victorino restava, simplesmente, o desprestígio. Depois disso, houve um severo refreamento à proposta de reforma de Manoel Victorino.

As questões de ordem técnica, como o regulamento de higiene escolar que preconizava condições de iluminação, ventilação, área disponível e mesmo móveis ergometricamente mensurados para se adequarem às diversas idades dos pequenos escolares; a questão do Fundo Escolar, constituído com o imposto de captação, como uma verba especificamente destinada à educação; a construção adequada de prédios escolares, urbanos e rurais, tudo isto foi facilmente assimilado e adotado. Inovações mais ousadas - enfatizar a educação infantil como base para todo o ensino posterior, centrar a educação na atividade da criança, implantar o ensino obrigatório de modo a que todos tivessem a oportunidade de se tornar cidadãos conscientes e atuantes - foram devidamente cerceadas e, posteriormente, motivo de medidas mais contidas e mais conservadoras em substituição a elas.

Victorino tentou fazer um governo sem a presença das antigas oligarquias, base da monarquia; só que devido a esse pensamento inocente, de certo modo revolucionário, ele ficou sem base política e sem apoio. Os conservadores começaram a se articular para tirá-lo do poder e, ao saber disso, ele próprio pensa em renunciar. Por pedido de Ruy Barbosa, não o faz. Mesmo com todos esses problemas, Victorino organizou uma comissão para estudar e elaborar a constituição estadual. Nesse período, os conservadores ficaram ainda mais fortes com o apoio das oligarquias e começaram a criar intrigas para enfraquecer o governador, gerando atrito entre ele e Hermes da Fonseca, irmão de Marechal Deodoro da Fonseca.

Todo esse cenário de intrigas e oposições fizeram que, sem adiamentos, Manuel Victorino Pereira fosse deposto, no dia 26 de Abril de 1890. Ele ainda enviou uma carta de retratação ao Marechal Floriano Peixoto, explicando tudo o que ocorrera.

O novo governador do Estado, Hermes Ernesto da Fonseca, quatro dias depois de empossado, resolveu anular todos os atos de Manuel Victorino referentes à educação, voltando a vigorar, em 1890, a reforma liberal de 1881. No dia 5 de maio, Manuel Victorino voltou ao exercício da Medicina por meio da cadeira de Clínica Médica, na Faculdade de Medicina da Bahia, onde recebeu efusiva manifestação por parte dos alunos, tendo Bernardo Jambeiro falado em nome dos seus colegas acadêmicos. Manuel Victorino discursou a seguir, agradecendo a manifestação, sendo muito aplaudido pelos estudantes.

Em 22 de maio tomou novamente posse como presidente da diretoria do Liceu de Artes e Ofícios e no dia 25 foi nomeado médico efetivo do Hospital de Caridade em substituição do Dr. José Francisco da Silva Lima (seu sogro), que pedira exoneração. No mesmo ano, Victorino participa do III Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia em Salvador, e apresenta o trabalho Tuberculose óssea. Escreve a Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia referente ao ano de 1890. (Torres, 1946)

Infelizmente, Manoel Victorino em tão pouco tempo quase nada pôde realizar, além de estimular a iniciativa particular e defender o ensino popular. Também criou a guarda cívica em Salvador, o município de São Félix (o primeiro criado na República) e foi responsável pela criação e instalação do Arquivo Público da Bahia.

Um baiano na Presidência

Manuel Victorino volta para a faculdade de Medicina e afirma estar definitivamente fora da política. Alguns meses depois, apesar da declaração anterior, é candidato a deputado e, em 15 de setembro de 1890, vence as eleições com uma expressiva soma de 20 mil votos. No dia 5 de fevereiro de 1891, foi eleito Senador estadual pelo Partido Republicano Federal (PRF) e participou da Constituinte. Como era presidencialista, redigiu um documento para a constituição que visava a dar maiores poderes ao Executivo, diminuindo o poder do legislativo. Foi então concluída e votada a Constituição de 1891, com grande participação de Manuel Victorino e consequentemente de seus pensamentos inspirados na República norte-americana.

Em novembro do mesmo ano, o Marechal Deodoro da Fonseca dissolve o parlamento, gerando muita agitação política, inclusive na Bahia, tendo como consequência a deposição do governador. O novo Governador foi eleito por voto indireto, levando o Partido Republicano Federal ao poder e Manuel Victorino apoiou todo esse processo por ser contra a política de Deodoro da Fonseca. Diante desses fatos, o Senador federal Saraiva renuncia e Manuel Victorino é chamado para ocupar seu cargo. É nesse âmbito que, em agosto de 1892, Victorino estreia no Senado federal. Estava na presidência da República Floriano Peixoto, a quem Manuel Victorino dera total apoio, pois acreditava ser necessário um presidente forte para conter as revoltas que estavam acontecendo no Brasil. Com isso, Victorino se afastou de seus correligionários, inclusive de Ruy Barbosa, que acabou sendo exilado. Manuel Victorino foi eleito por mais nove anos.

Em 1893, Manuel Victorino participou da reunião onde se definiram os pontos do Partido Republicano Federal (PRF), os quais continham grande influência dos seus ideais. Nessa mesma reunião foi oficialmente fundado o Partido Republicano.

Chegou o momento em que o PRF iria indicar os candidatos para a presidência e vice-presidência da República. Havia quem pensasse essa indicação de candidatos iria enfraquecer a figura de Floriano Peixoto e a questão tornou-se um grande impasse. Pouco depois, o presidente anunciou que não seria candidato novamente, sendo indicados Prudente de Moraes e Manuel Victorino, respectivamente, para a presidência e vice-presidência. (Silva, 1987; Silva; Carneiro, 1975)

Em 1° de março de 1894, ambos foram eleitos na primeira eleição popular do Brasil, apesar de os estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná não participarem, pois se encontravam em conflitos internos.

No meio do seu mandato, por problemas de saúde, Prudente de Moraes se afastou do cargo. Para muitos, o Presidente estava deixando o cargo definitivamente, pois seu estado de saúde inspirava cuidados. Em outubro de 1896, o Presidente foi submetido a uma intervenção cirúrgica para extrair cálculos da bexiga. Como o repouso seria demorado, foi aconselhado pelos médicos a passar o governo para o vice-presidente, que, no comando da nação, não tardou a expor seus objetivos. O que se veio saber posteriormente foi que o Presidente Prudente já apresentava os primeiros efeitos de tuberculose, doença então fatal, uma vez que não havia recursos técnicos, sendo de difícil diagnóstico e tratamento. (Sales; Santos Jr, 2015)

Em 10 de novembro de 1896, Manuel Victorino foi convocado a assumir a presidência. Victorino era um opositor de Prudente, participando veladamente da agitação promovida por florianistas, positivistas e restauradores; e via no afastamento temporário do Presidente a oportunidade para criar uma situação de fato que o levasse à renúncia, tal como havia acontecido com Deodoro no período anterior. Victorino era tão hostil ao presidente Prudente, que este não precisava ter outros inimigos. (Silva; Carneiro, 1975)

A situação era tão séria que o chefe de polícia do Distrito Federal, Dr. Edwiges de Queiroz, viu-se na contingência de infiltrar um estudante de Medicina, disfarçado de copeiro, na casa de Victorino. Foi o meio encontrado para vigiar de perto os movimentos do “conspirador”. Enfim, mesmo diante de tudo isso, Manoel Victorino assumiu interinamente o cargo dia 11 de novembro. Como sempre afirmava que todo governo precisava de um programa forte e bem-definido, revelou o seu programa de governo: “Equilíbrio dos orçamentos, restauração do crédito público e o respeito à lei e à autoridade”. Formou um ministério que, no início, enfrentou a resistência de Prudente de Moraes, mas que aos poucos foi aceito pelo Presidente. O vice-presidente adotou um programa financeiro que agradou principalmente aos jacobinos. Estes, por sua vez, conseguiram acercar-se de Victorino e iniciaram uma trama para não deixar Prudente voltar ao poder:

Exército brasileiro e armada republicana, patriotas extremados, mocidade entusiasmada e valente, unamo-nos como uma só força irresistível e não concitamos no regresso ao poder do crime, da venalidade, da inconsciência, da nulidade, enfim, personificados no Sr. Prudente de Moraes. (O JACOBINO, 1897)

Os jacobinos apoiaram Victorino porque acreditavam que ele faria a política do Marechal de Ferro. Victorino escolheu o temido Moreira César para comandar a 3ª expedição contra Canudos, com o objetivo de conter a famosa rebelião antirrepublicana de Canudos, sob a liderança de Antônio Conselheiro. Victorino contava com a vitória da expedição sob o comando de Moreira César e, diante dessa vitória, via a possibilidade de se tornar um herói nacional e de continuar o mandato até final, sem interferências de Prudente de Moraes. O último, sabendo de tais ideias, surpreendeu a todos quando apareceu no Catete de repente. O Presidente teria desembarcado de trem, vindo de Teresópolis, tomado um carro de aluguel e chegado de surpresa no dia 4 de março de 1897 ao palácio da presidência. No uso de suas prerrogativas, simplesmente assumiu o governo e mandou entregar a Victorino um comunicado de que cessara sua interinidade e que, desde aquele momento, ele não era mais o Presidente em exercício. (Silva; Carneiro, 1975)

Diante de tanta rapidez, Victorino não conseguiu organizar uma pronta reação ao presidente recém-chegado. Como era de se esperar, os jacobinos reuniram suas forças contra o Presidente que acabara de reassumir o cargo. O Presidente reassumiu o comando do país no dia 4 e no dia 7 recebeu a notícia da derrota da 3ª Expedição a Canudos com a consequente morte de Moreira César. (Almeida, 2006; Silva, 1987; Silva; Carneiro, 1975)

No nordeste da Bahia, foi fundada a cidade de Canudos, após longa peregrinação em busca do paraíso terrestre de uma pequena multidão, sob o “comando” de Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido pela alcunha de Antônio Conselheiro. Nascido em 1828, na pequena cidade de Quixeramobim, no Ceará, Conselheiro, mentalmente desorganizado pela extrema pobreza de sua região, pregava um catolicismo caboclo com a profecia da restauração do trono e volta da monarquia. Em torno dessas ideias, reuniu muita gente em busca de uma vida melhor e mais digna num lugar predestinado, a cidade de Canudos, ainda a ser fundada. (Silva; Carneiro, 1975: Almeida, 2006)

À época, o governador da Bahia, Luís Viana, encarou o movimento como ameaça ao regime republicano, apesar de que os verdadeiros problemas daquele povo eram a fome, a miséria, a falta de instrução e a falta de perspectivas com relação ao futuro. A própria pregação de Antônio Conselheiro sobre a restauração da monarquia era vaga, não tendo ele qualquer possibilidade de coordenar forças para uma ação prática. Era, sem dúvida, um problema social. Assim não pensou o governador que tratou de aniquilar, sem demora, aquele foco de revolta, contando com o apoio do novo Governo federal, agora nas mãos do Presidente interino, Manuel Victorino Pereira, baiano, como já se sabe, e com pré-disposição para o uso da força. As duas primeiras expedições que o governador enviou contra o Arraial de Canudos, a partir de 1896, fracassaram; a terceira partiu para Canudos também, como visto, fracassou. Diante disso, o Governo federal, já no comando do presidente Prudente de Moraes, enviou uma tropa de 6 mil homens que, finalmente, consegue arrasar o arraial, dizimando praticamente toda a população local, inclusive Antônio Conselheiro. (Almeida, 2006)

De 10 mil habitantes, aproximadamente, ficaram vivos não mais que 400 prisioneiros, entre velhos, mulheres e crianças. Antônio Conselheiro teve a cabeça decepada e transformada em troféu. Da parte do Governo, o saldo da guerra também foi estarrecedor. Mais de 5 mil homens morreram nas quatro investidas à cidadela. Os que voltaram, na sua maioria, tiveram que suportar não apenas as sequelas da guerra, mas também o desamparo do Governo federal.

Durante a ausência de Prudente, formaram-se brigadas paramilitares com nomes patrióticos, tais como Brigada Tiradentes, Benjamin Constant, Frei Caneca, Deodoro, Moreira César. Prudente teve enormes dificuldades em contê-las. A todo o momento, essas milícias fardadas apareciam nas ruas, sendo dissolvidas pela polícia, mas, em pouco tempo, voltavam à carga. O presidente se achava no ponto mais baixo de sua popularidade e a desordem parecia totalmente fora de controle, até que um trágico incidente veio reverter a situação. Em 5 de novembro de 1897, Prudente de Morais, em companhia de seu Ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, vai ao cais do porto para receber, em pessoa, alguns batalhões que voltavam da guerra de Canudos. Em certo momento, repentinamente, um soldado aponta uma pistola ao Presidente. A arma falha. Então, o Ministro da Guerra e o coronel Mendes de Morais tentam dominar o rebelde, mas, na luta que se segue, o soldado consegue sacar um punhal, atingindo mortalmente o marechal Bittencourt. A tragédia assustou o Rio de Janeiro e fez com que a população, a imprensa e até milícias rebeldes se colocassem a favor do governo. (Silva; Carneiro,1975)

Alguns políticos da oposição, como o deputado Pinheiro Machado, são presos, ignorando-se novamente a imunidade parlamentar. Francisco Glicério (que indicou Prudente como candidato em 1894) teve de fugir para São Paulo, onde permaneceu escondido. Manuel Victorino é denunciado à Justiça. Fecha-se o Clube Militar. Diante disso tudo, o país voltou à paz e à ordem.

Voltando à análise do governo do Victorino, discute-se sobre sua visão um pouco limitada: atinha-se ao administrativo, desejando apenas cuidar da administração, liquidar erros das finanças e estabelecer severas economias. Ele chegou a arrendar as estradas de ferro para tentar diminuir a dívida externa, porém o que conseguiu foi irritar as oligarquias que queriam a todo custo afastá-lo do poder. Com o retorno de Prudente de Moraes ao Palácio do Catete, nova sede da Presidência da República, Manuel Victorino, que estava entristecido e retraído porque acabara de perder seu pai na madrugada anterior, deixou o poder. (Passos, 1959)

Após o término atípico do seu mandato, Victorino não mais pleiteou cargos políticos. Dedicou-se de novo à Clínica Cirúrgica. Em 1899, foi membro honorário da Academia Nacional de Medicina. Mais tarde, seguiu para a Europa, trazendo novo material cirúrgico. De volta, fixou-se no Rio de Janeiro, onde abriu consultório, exercendo com sucesso a sua clínica. Representou o Brasil no Congresso Científico Latino-Americano, em Buenos Aires. (Oliveira, 1992)

Em pouco tempo começou a escrever para a imprensa diária, debatendo assuntos políticos e sociais do Brasil. Começou a colaborar ativamente nos jornais do Rio de Janeiro (Paiz, República, Dia e Correio da Manhã). Sabe-se que, antes disso, Victorino já tinha participado da imprensa, de 1885 a 1886, nos jornais Diário da Bahia e Jornal de Notícias, além do envolvimento com a Gazeta Médica da Bahia.

Seu encantamento se deu no dia 9 de novembro de 1902, aos 49 anos, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi transportado para a Bahia, onde foi enterrado.

Foi chamado pelo Prof. Anísio Circundes de “morto imortal” e assim descrito:

Em verdade foi um artista exímio, orador magníloquo, jornalista intrépido, político glorificado, abolicionista intransigente, literato primoroso, financista acatado, administrador idealista, cirurgião maravilhoso, professor sábio. Pode ser considerado, (...), como o iniciador da alta Cirurgia, em nosso meio, tendo aplicado, pela primeira vez, os métodos de antissepsia listeriana. (apud Oliveira, 1992, p. 225)

Antônio Loureiro de Sousa (1973), em Baianos Ilustres, diz:

O nome desse grande cidadão é justamente considerado como dos que mais honraram a pátria pela cultura, pelo trabalho, pelo patriotismo, pela honestidade e pelo desenganado amor às liberdades públicas. Político, orador, cientista e homem de imprensa, abolicionista sincero, Manuel Vitorino [...] (Sousa, 1973, p. 191)

Diz seu amigo Ruy Barbosa: “O espírito brilhante, cujo eclipse dentre nós ele ficará indicando, passa de uma a outra vida entre aromas, coroas e hinos triunfais. Deplora-se o farol que se apagou, mergulhando nas trevas o caminho dos habituados a nortear-se pelo seu foco luminoso”. (apud Sousa, 1973, p. 192)

Pela sua brilhante trajetória, uma das ruas do Comércio foi intitulada Rua Manuel Victorino, bem como foi construído o Hospital que leva seu nome, no bairro de Nazaré.

Em 1954, Pasquale De Chirico, artista italiano que morava na Bahia, fez a estátua Irmãos Pereira (Antônio Pacífico Pereira, Manoel Victorino Pereira e José Basílio Pereira), homenagem situada na Praça Manoel Victorino, na Avenida Contorno, em frente à Capitania dos Portos. Foi restaurada em 2004, quando se construiu piso no entorno e um gradil protetor.

Dentre as homenagens feitas, no dia 30 de julho de 1962, foi criado o município de Manuel Victorino, na região sudoeste, que conta atualmente com uma população em torno de 14 mil habitantes e com uma área com cerca de 2.410 km2.

A Faculdade de Medicina da Bahia instituiu, em 1892, o Prêmio Professor Manoel Victorino Pereira, destinado ao formando com maior destaque escolar: (maior média global) nas disciplinas durante todo o curso médico. A partir de 1996, a premiação para a atividade “Ensino” (Prêmio de Ensino Prof. Manuel Victorino da FMB) se tornou regular e, em 2002, foi regulamentada pela Congregação da Faculdade. Victorino ainda conta com muitas outras homenagens, como artigos e livros contando sua história.

O nome de Manuel Victorino Pereira foi escolhido para ser Patrono da Cadeira nº 25 no Instituto Baiano de História da Medicina e Ciências Afins - IBHMCA, tendo como Titulares Manoel da Silva Lima Pereira e depois José dos Santos Pereira Filho.

Ele é o Patrono na Cadeira nº 34 da Academia de Medicina da Bahia. O primeiro Membro Titular da Cadeira foi o confrade Manuel da Silva Lima Pereira, como no IBHMCA, depois foi o confrade Penildon Silva e a Titular atual é Luciana Rodrigues Silva.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Moisés Diniz de. Canudos e a derrota dos jacobinos. Perspectivas latinoamericanas, Petrolina, n. 3, p. 145-159, 2006.
BARROS, Pedro Motta de. Alvorecer de uma nova ciência: a medicina tropicalista baiana. História, Ciências, Saúde: Manguinhos, Rio de Janeiro, Fundação Oswaldo Cruz, v. 4, n. 3 nov. 1997- fev. 1998.
CAMINHO da pacificação: Prudente de Morais 1894-1898. Disponível em: . Acesso em: 12 fev. 2008.
CONI, Antônio Caldas. A escola tropicalista baiana. Salvador: Livraria Progresso, 1952.
EDLER, Flávio Coelho. A constituição da medicina tropical no Brasil oitocentista: da climatologia à parasitologia médica. 1999. Tese (Doutorado em Ciências Humanas e Saúde – Instituto de Medicina Social, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 1999.
FALCÃO, Edgard Cerqueira. As contribuições originais da Escola Tropicalista Baiana.
Brasiliensia Documenta, São Paulo, v. 9, n. 3, p. 13-18, 1975.
HEIZER, Alda; VIDEIRA, Antônio Augusto Passos. A medicina acadêmica imperial e as ciências naturais: ciência, civilização e império nos trópicos. Rio de Janeiro: Access Editora, 2001.
JACOBINA, Ronaldo Ribeiro; CHAVES, Leandra; BARROS, Rodolfo. A “Escola Tropicalista” e a Faculdade de Medicina da Bahia. Gazeta Médica da Bahia, v. 78, n. 2, jul.-dez., p. 86-93, 2008.
MATTA, Alfredo Eurico Rodrigues. O primeiro governador da Bahia republicana e seu projeto de reforma educacional. In: MATTA, Alfredo Eurico Rodrigues (Org.). Bahia republicana: construindo a nossa história recente. Salvador: UCSal, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, 2001, p. 45-56.
NUNES, Antonietta de Aguiar. O governo do primeiro presidente do estado federado da Bahia: Manuel Victorino Pereira, de 23 de novembro de 1889 a 25 de abril de 1890. Revista da Fundação Pedro Calmon, Salvador, v. 6, p. 63-96, 2001.
NUNES, Antonietta de Aguiar. O primeiro projeto de reforma educacional republicana na Bahia: os atos de Manuel Victorino Pereira. Revista Ensaios: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 8, n. 28, jul/set. 2000, p. 373-395.
NUNES, Antonietta de Aguiar (Org.). Ideias políticas de Manuel Victorino: cronologia, notas biobliográficas e textos selecionados. Brasília, DF: Senado Federal; Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa, 1981. 2 v. (Ação e Pensamento da República,6)
OLIVEIRA, Eduardo de Sá. Memória histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1992.
PASSOS, Alexandre. Manuel Victorino e o desencanto político. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1959. PEREIRA, Manoel Victorino. Moléstias parasitárias mais frequentes nos climas intertropicaes. Tese Inaugural. Salvaror,, BA: Faculdade de Medicina da Bahia, 1876
POLÍTICA educacional do segundo governo republicano na Bahia 1890. Gestão em Ação, Salvador, v. 5, n. 2, p. 111-126, jul./dez. 2002.
SALES, Marissan; SANTOS JÚNIOR, Lourival. Manuel Victorino. In: JACOBINA, Ronaldo R.; MATUTINO, Adriana R. B.; CORREIA, Fernanda R. (Orgs.). Faculdade de Medicina da Bahia: mais de 200 anos de pioneirismo. Salvador: Edufba, 2015. p. 23-42.
SANT’ANNA, Eurydice Pires de; TEIXEIRA, Rodolfo. Gazeta Médica da Bahia: índice cumulativo 1866-1976. Salvador: Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, 1984.
SANTOS FILHO. Lycurgo de Castro. História geral da medicina brasileira. São Paulo: Hucitec; EDUSP, 1991. 2 v.
SILVA, Helio. O primeiro século da república. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987.
SILVA, Helio; CARNEIRO, Maria Cecília Ribas. O poder civil; 1895-1910. São Paulo: Editora Três, 1975.
SOUZA, Antônio Loureiro. Baianos ilustres (1564-1925). 2. ed. Salvador: Secretaria de Educação e Cultura. Governo do Estado da Bahia, 1973.
TAVARES, Luís Henrique Dias. Duas reformas da educação na Bahia: 1895-1925. Salvador: Centro Regional de Pesquisas Educacionais da Bahia, 1968. 63 p. (Série Estudos e Pesquisas)
TAVARES, Luís Henrique Dias. Ideias políticas de Manuel Victorino: cronologia, notas bibliográficas e textos selecionados. Brasília, DF: Senado Federal; Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa, 1981. 2 v. (Ação e Pensamento da República, 6)
TORRES, Octávio. Esboço histórico dos acontecimentos mais importantes da vida da Faculdade de Medicina da Bahia (1808-1946). Salvador: Imprensa Vitória, 1946.
WILDBERGER, Arnold. Os presidentes da província da Bahia: efetivos e interinos, 1824-1889. Salvador: Tipografia Beneditina, 1949.

Salvador, 18 de outubro de 2008

Ronaldo Ribeiro Jacobina
Titular da Cadeira nº 29 da Academia de Medicina da Bahia
Titular da Cadeira nº 7 do Instituto Baiano de História da Medicina e Ciências Afins
Professor Titular de Medicina Preventiva e Social, FAMEB-UFBA

Marissan Sales
Estudante da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública – EBMSP
Membro da Liga Acadêmica de Medicina Intensiva da Bahia (2008)

Lourival Santos Júnior
Estudante da Faculdade de Medicina da Bahia – FMB-UFBA
Membro da Liga Acadêmica de Medicina Intensiva da Bahia (2008) ANEXO I

Trabalhos acadêmicos
Moléstias parasitárias mais frequentes nos climas subtropicais. Tese inaugural. Salvador, 1976
Álcoois poliatômicos. Tese de concurso para Professor Substituto. Salvador, 1877
Memória histórica da Faculdade de Medicina da Bahia. Ano de 1890. Salvador, 1890.

Artigos da Gazeta Médica da Bahia
Ancilóstomo duodenal. Clorose do Egito – Hipoemia intertropical. Gazeta Médica da Bahia, Salvador, n. 9, p. 21-31; 68-82, 1877.
A filária de Medicina transportada para a América pelos negros d’África; provas de sua endemicidade na Província da Bahia, e da sua introdução no corpo humano pelo estômago. Gazeta Médica da Bahia, Salvador, n. 9, p. 565-566, 1877. [Excertos da tese inaugural do Dr. M. Vitorino Pereira]
Da crisarobina e do suposto ácido crisofânico no pó de Goa. Gazeta Médica da Bahia, Salvador, n. 12, p.361-370, 1881.
Relatório lido no ato da inauguração do Gabinete de Anatomia e Fisiologia Patológicas e do Horto Botânico da Faculdade de Medicina da Bahia. Gazeta Médica da Bahia, Salvador, n. 13, p. xx-xx, 1882.
Ensino médico na Áustria. Gazeta Médica da Bahia, Salvador, n. 14, p. 151-163, 1882.
Da nefrite gotosa por Virchow. Gazeta Médica da Bahia, Salvador, n. 16, p. 326-327, 1885.
Da anti-pirina. Gazeta Médica da Bahia, Salvador, n. 16, p. 466-472, 1885.
Enorme aneurisma da carótida primitiva direita, introdução de corpos estranhos, morte no 9º dia. Gazeta Médica da Bahia, Salvador, n. 20, p. 197-202, 1888.
Comissão de saneamento do Rio de Janeiro. Relatório. Gazeta Médica da Bahia, Salvador, n. 28, p. 102-109, 139-144, 190-197, 1896

Trabalhos orientados
Tumor branco do cotovelo direito, duas fístulas, raspagem, sequestrotomia, artrotomia ígnea, cura, conservação dos movimentos. Gazeta Médica da Bahia, Salvador, n. 20, p. 512-516, 1889. (Observação do interno Enéas Ferreira)
Osteo-artrite tuberculosa do joelho com supuração e doze fístulas, ressecção completa, união perfeita dos ossos. Gazeta Médica da Bahia, Salvador, n. 20, p. 443-451, 1889. (Observação do interno Enéas Ferreira)
Osteíte epifisária tuberculosa, cárie, sequestrotomia abrasão, ressecção e cura com reprodução óssea. Gazeta Médica da Bahia, Salvador, n. 21, p. 21-27, 1889. (Observação do interno Enéas Ferreira)

Fontes:
OLIVEIRA, Eduardo de Sá. Memória histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1992.
SANT’ANNA, Eurydice Pires de; TEIXEIRA, Rodolfo. Gazeta Médica da Bahia: índice cumulativo 1866-1976. Salvador: Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, 1984.

Academia de Medicina da Bahia
Praça XV de novembro, s/nº
Terreiro de Jesus, Salvador - Bahia
CEP: 40026-010

Tel.: 71 2107-9666
Editor Responsável: Acadêmico Jorge Luiz Pereira e Silva
2019 - 2024. Academia de Medicina da Bahia. Todos os direitos reservados.
Produzido por: Click Interativo - Agência Digital