“Rir é arriscar-se a parecer bobo.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Iniciar relações é arriscar-se a envolver-se.
Demonstrar sentimentos é arriscar-se a ser rejeitado.
Revelar sonhos é arriscar-se a parecer ridículo.
Continuar avançando contra o pouco provável é arriscar-se a fracassar.
Porém, os riscos devem tomados porque o perigo maior na vida é não arriscar nada.
Aquele que não arrisca não faz nada, não tem nada, não é nada, pode até evitar o sofrimento e a dor, mas não pode aprender, sentir, mudar, crescer e nem amar. Amarrado a tudo o que é segurança, torna-se escravo, renunciou a liberdade.
Só uma pessoa que corre riscos é livre.”

Ralph Waldo Emerson

Estamos aqui reunidos em sessão solene para as comemorações do sexagésimo quinto aniversário da Academia de Medicina da Bahia, idealizada por Jayme de Sá Menezes e fundada em 10 de julho de 1958.

Era uma noite de 2017, não me lembro a data, quando eu chegava à sede da Associação Bahiana de Medicina para uma reunião da Academia, então presidida pelo saudoso confrade Almério Machado.

Logo no foyer, encontrei-me com o confrade Mitermayer Reis, que, antes do boa-noite, me disse que eu seria o candidato indicado por confreiras e confrades, para, como presidente, compor uma chapa que concorreria às eleições do nosso sodalício.

Ao chegar ao Auditório Jadelson Andrade, local da sessão, deparei-me com outros confrades, recordo-me bem de Bernardo Galvão, Cesar Araújo e Roberto Badaró, repetindo as palavras do confrade Mitermayer.

De início recusei, era ainda muito novo na Academia, apenas quatro anos como acadêmico e imaginava ter muito o que aprender e respeitar a vontade de outros mais antigos e ilustres. Não houve como demovê-los da ideia.

Decidi arriscar!

Eleito para um mandato de dois anos, 2017-2019, fomos reconduzidos a mais dois mandatos, por benevolência dos meus confrades.

Foram seis anos de dedicação, de muito trabalho, de fraternal convivência e amor.

Cresci, aprendi com todos.

Das promessas de campanha, todas foram cumpridas.

Nos três interstícios, realizamos 69 sessões científicas abertas para o público, sob a responsabilidade das comissões permanentes Científica, Saúde Pública e Ensino Médico e Assuntos Estudantis, bem conduzidas por Gilson Feitosa, Roberto Badaró, Mitermayer Reis e Antonio Alberto Lopes, respectivamente.

Demos posse a 27 novos acadêmicos como membros titulares, 5 membros eméritos e 3 membros honorários.

Por 5 anos consecutivos, premiamos estudantes de medicina do Estado da Bahia vencedores do concurso Prof. Dr. Roberto Santos, criado na gestão do imortal confrade Almério Machado, para escolher os melhores trabalhos de conclusão de curso de medicina, cujo principal objetivo é estimular a pesquisa científica durante o curso de graduação.

Criamos e concedemos o Prêmio Mérito Acadêmico em 2021 e 2022, para contemplar médicos baianos que se destacaram em ciência, arte e literatura.

Isto, entre outras inúmeras atividades que contribuíram para o desenvolvimento e renome da Academia, conforme manda o seu estatuto.

Arriscamos!

“Aquele que não arrisca não faz nada, não tem nada, não é nada, pode até evitar o sofrimento e a dor, mas não pode aprender, sentir, mudar, crescer e nem amar”, conforme já citado por mim no início da nossa alocução.

Estamos recompensados!

Mas este é momento de agradecer e homenagear.

Agradecer às confreiras e confrades estimados pelo apoio e incentivo às nossas ações.

Agradecer o clima de amor criado entre nós com a participação de todos.

Agradecer aos meus confrades de diretoria, por dividir com o presidente a responsabilidade de bem conduzir os destinos da Academia: Bernardo Galvão Castro Filho, Cesar Augusto Araújo Neto, Leila Maria Batista Araújo, Luiz Antônio Rodrigues Freitas, Jorge Luiz Pereira e Silva, Jorge Raimundo Cerqueira e Silva e Roberto José da Silva Badaró.

Agradecer aos coordenadores e componentes das Comissões Científica, Ensino Médico e Assuntos Estudantis e de Saúde Pública, responsáveis diretos pelo êxito das nossas sessões científicas.

Agradecer aos nossos familiares pela tolerância com as nossas ausências.

Agradecer à Drª. Vera Lúcia Actis de Freitas pelo grande apoio prestado como assessora da diretoria.

Homenagear os confrades que se foram para o convívio com Deus.

Em reconhecimento faço questão de citá-los:

Agnaldo David de Souza, Almério Machado, Armênio Guimarães, Elsimar Coutinho, Luiz Carlos Calmon Teixeira, Penildon Silva, Rodolfo Teixeira, Thomaz Cruz, Ricardo Ribeiro dos Santos , Sebastião Antônio Loureiro de Souza e Silva, Sônia Andrade e  Zilton Andrade.

Todos os imortais!

Finalmente, e, principalmente a Deus que mercê de sua bondade infinita e por intercessão de São Benedito e da querida confreira acadêmica Eliane Elisa de Souza e Azevedo, Irmã Elisa, que, com as suas bênçãos diárias, iluminou os nossos caminhos e encheu os nossos corações com amor e espiritualidade.

Esta bela sessão solene da Academia, não sei, talvez a mais bela de todas, foi possível graças a doações da FIEB aqui representada pelo seu presidente eleito Dr. Carlos Henrique de Oliveira Passos, à qual a Academia de Medicina da Bahia expressa a sua gratidão.

Agradecemos aos demais colaboradores para o êxito desta sessão: MC Gilberto Vitória, maestro Ibarra e seus músicos, Thaís Darbra Cruz Rios organizadora do evento, Sr.  Givanildo, técnico de projeção.

E para revelar o que se passa comigo neste momento, cito Antoine de Saint – Exupéry

“Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, pois cada pessoa é única, e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito; mas há os que não levam nada.
Há os que deixam muito; mas não há os que não deixam nada.
Esta é a maior responsabilidade da nossa vida e a prova evidente que nada é por acaso.
Durante as nossas vidas
Conhecemos pessoas que vêm e que ficam
Outras que vêm e passam
Vêm, ficam e depois de algum tempo se vão
Mas existem aquelas que vêm e se vão com uma enorme vontade de ficar.”

Ficarei, sim, sentado ao lado dos meus queridos confrades e confreiras, aplaudindo o nosso querido confrade presidente Cesar Augusto de Araújo Neto e a sua diretoria composta por respeitáveis e estimados membros desta entidade. Todos foram testados nos anos anteriores e estão aptos e desejosos de trabalhar para o engrandecimento do nosso sodalício.

Eles são como a COMO A PRIMAVERA, QUE RENASCE CADA DIA MAIS BELA...

EXATAMENTE PORQUE NUNCA SÃO AS MESMAS FLORES, segundo CLARICE LISPECTOR.

Ao encerrar a minha alocução, peço ao maestro Ibarra que execute a música de Vinícius de Moraes e Tom Jobim que escolhi para expressar o estado da minha alma, quando o meu coração fala da Academia de Medicina da Bahia:

“Eu sei que vou te amar por toda minha vida, eu vou te amar..............”

Acad. Antonio Carlos Vieira Lopes
Cadeira 26