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Irismar Reis de Oliveira
Irismar Reis de Oliveira
Cadeira 49
25/07/2022
16:00
Saudação proferida por Irismar Reis de Oliveira na Solenidade de Posse de Ângela Marisa de Aquino Miranda Scippa na Academia de Medicina da Bahia
  • Exmo. Senhor Professor Dr. Antônio Carlos Vieira Lopes, Presidente da Egrégia Academia de Medicina da Bahia
  • Exmo. Secretário Geral da Academia de Medicina da Bahia, Professor Dr. Cezar Augusto de Araújo Neto
  • Minhas confreiras e meus confrades
  • Familiares presentes
  • Senhoras e Senhores

Tenho como honrosa missão hoje saudar a amiga e confreira Ângela Marisa de Aquino Miranda Scippa, que passa a ocupar a Cadeira 11, cujo Patrono é o Prof. Dr. Antônio do Prado Valadares, e cujo último ocupante é o nosso querido confrade emérito, Prof. Dr. José Antônio de Almeida Souza.

Foi com imensa alegria que aceitei o convite de Ângela para fazer esta saudação, cumprindo assim uma das etapas do ritual de sua iniciação neste sodalício. Minha alegria decorre da certeza de que sua escolha se deveu à amizade, bem como ao apreço e respeito que nutrimos um pelo outro há várias décadas. Conhecemo-nos em 1989, quando retornei de minha formação em psiquiatria na França e organizamos o Grupo de Estudos em Neurologia, Psiquiatria e Psicofarmacologia, o GENPSI; e desde essa época nos tornamos amigos. Juntos, organizamos alguns eventos de psicofarmacologia, trazendo convidados nacionais e internacionais a Salvador. O entusiasmo e o comprometimento de Ângela, ainda muito jovem, eram evidentes e passamos a ter uma parceria profissional duradoura, com várias publicações em coautoria.

Essa parceria se estendeu durante os anos em que chefiei o Serviço de Psiquiatria do complexo HUPES, até minha aposentadoria em 2009, quando Ângela, à época já professora do Departamento de Neurociências e Saúde Mental da UFBA, me substituiu na chefia do Serviço. Tendo eu o privilégio de contar com sua amizade por mais de 30 anos e tendo testemunhado seu excepcional crescimento pessoal, acadêmico e profissional, não tenho qualquer dúvida sobre a decisão desta Academia em acolhê-la em seu seio.

Ângela Marisa de Aquino Miranda Scippa nasceu em Salvador, em 31 de outubro de 1965, sendo a filha mais nova de uma prole de oito. Seus pais, a Sra. Maria de Lourdes de Aquino Miranda (já falecida), professora do ensino primário, e o Sr. Hélio de Miranda Barros (também falecido), bancário, eram pessoas que tinham uma situação financeira confortável, permitindo que ela tivesse uma educação de base sólida, com ética, zelo e muito afeto. Ângela viveu em Salvador com seus pais, na mesma casa do Matatu de Brotas, onde nasceu, até se casar em 1995, exceto no período em que fez mestrado e doutorado em São Paulo.

         Começou a frequentar a escola aos 5 anos, tendo passado pela Escola Pedro Calmon, onde completou o ensino primário, pelo Colégio Nossa Senhora da Conceição e, mais tarde, pelo Colégio Antônio Vieira, onde concluiu o ensino médio, em 1983. Apesar de ser considerada uma criança tranquila, de fácil trato, sua curiosidade e sede de conhecimento faziam dela uma menina independente e dada ao gosto de “sentir o sabor das próprias conquistas”.

Seu interesse pelas ciências nasceu precocemente, quando, por volta dos 9 anos de idade, tinha curiosidade de saber sobre o funcionamento dos órgãos de pequenos animais. Naquela época, montou seu primeiro “laboratório de Ciências”, junto com uma colega, hoje também médica, Eliene Portugal. No curso ginasial, participava com especial prazer das Feiras de Ciências, onde, por dois anos consecutivos, apresentou trabalhos respectivamente sobre Fotossíntese e Princípio dos Vasos Comunicantes de Blaise-Pascal.

         Seu interesse pelos animais, a levou a se interessar pelas ciências em geral, ainda adolescente, quando passou também a prestar atenção nos chamados “malucos de rua” e a se interessar por eles, anotando em um caderno a descrição dos movimentos, comportamentos e formas de vestir dos doentes mentais que transitavam pelos arredores de sua casa, no que intuitivamente verificou-se mais tarde ser o que se faz no exame psíquico dos pacientes. Foi nessa época que se tornou próxima da “mulher de roxo”, conhecida figura com transtorno mental que frequentava a Rua Chile na década de 70. Assim nascia, precocemente, aos 14 anos de idade, seu interesse pela psiquiatria. Optou pelo curso de medicina quando cursava o segundo grau no Colégio Antônio Vieira, na certeza de que psiquiatria seria sua especialidade futura.

         Tendo sido aprovada em medicina tanto na Escola Baiana quanto na Universidade Federal, em 1984, optou pela segunda, por ser uma universidade pública e, assim, depender menos financeiramente de seus pais.

         Durante a graduação, procurou ser muito ativa em buscar conhecimento além das disciplinas curriculares, para aprimorar seus conhecimentos. Em 1986, cursando o segundo ano, foi aprovada para a monitoria da disciplina de fisiologia, embora tenha passado pela frustração de não poder assumir a função, por incompatibilidade de horários. Em 1987, foi aprovada para estágio no Banco de Sangue do Hospital Ernesto Simões Filho, onde permaneceu durante seis meses e pode ter conhecimentos de emergências clínicas e cirúrgicas, ao frequentar e observar as consultas do Serviço de Emergência Geral. 

Em 1988, foi aprovada em concurso para as monitorias de psiquiatria, em primeira colocação, e de farmacologia, em terceiro lugar, optando pela de psiquiatria. Na função de monitora, passou a frequentar o Hospital Juliano Moreira, bem como a Enfermaria de Psiquiatria 3B do HUPES, à época chefiada pelo Professor Luiz Meira Lessa, primeira pessoa com quem obteve supervisão em psiquiatria, tomando-o então como modelo de mestre. Foi quando suas últimas inquietações e dúvidas se resolveram, dando-lhe a certeza de estar percorrendo o caminho que lhe era cabido e desejado. A passagem pela disciplina de psiquiatria consolidou sua decisão e fez com que continuasse frequentando voluntariamente as atividades da residência médica durante a graduação.

Foi nesse período que percebeu o desejo de tornar-se docente também. Nesse mesmo ano, em outro concurso, neste caso da SESAB, foi selecionada em primeiro lugar para bolsista do Hospital Juliano Moreira, onde permaneceu por seis meses e onde também participava de todas as atividades da residência médica. Essa vivência da psiquiatria ainda na graduação foi aperfeiçoando o que ela descreve como “necessidade de ter uma escuta mais aprofundada daquelas histórias de vida”. Contudo, seu amor pela psiquiatria não desviou seu interesse pelas outras áreas da medicina, o que lhe permitiu concluir a graduação em 1989 com um escore final alto: 4.45/5.0.

         Em 1990, passou em primeiro lugar no concurso público e iniciou sua residência médica em psiquiatria no Hospital Juliano Moreira, tendo optado por este ao invés do Complexo HUPES pelo fato do segundo ter pequena demanda e poucos leitos disponíveis à época, já que o corpo docente de ambas as residências era o mesmo. Foi ainda no primeiro ano de residência, ao apresentar trabalho na sessão de temas livres do XI Congresso Brasileiro de Psiquiatria, sobre o caso clínico de paciente com transtorno mental associado à neurocisticercose, que brotara o interesse em partilhar informações, falar em eventos e discutir ideias.

         Como mencionei acima, foi em 1990 que nos conhecemos. Eu acabara de criar, juntamente com o Professor Ailton Melo, o GENPSI – Grupo de Estudos em Neurologia, Psiquiatria e Psicofarmacologia, no qual Ângela teve participação fundamental, inicialmente como tesoureira. Nos dois primeiros anos da existência do GENPSI, tínhamos atividades semanais com discussões de artigos, mensalmente com um convidado nacional, e bianualmente com vários convidados internacionais em cada evento. Ângela relata em seu memorial para professora titular que foi nessa época que aprimorou sua capacidade de dar aulas expositivas, de falar em público e de ter uma postura mais analítica e crítica em relação aos artigos científicos.

         Ângela finalizou sua residência no HJM, ao final de 1991, com um estágio opcional de cinco meses na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), abrangendo dois meses de férias acumuladas, mais os três meses opcionais da grade curricular da residência.  Nesse período, conviveu com grandes mestres da psiquiatria brasileira, tendo tido a oportunidade de frequentar ambulatórios, enfermaria, emergência e o serviço de psiquiatria de ligação do Hospital São Paulo, o hospital-escola da UNIFESP.

         Sentindo-se acolhida e tendo se adaptado à cidade nesta que era sua primeira experiência de vida longe da família, decidiu permanecer mais tempo em São Paulo onde, entre maio de 1992 e janeiro de 1993, foi estagiária voluntária no Departamento de Psicobiologia da UNIFESP, sob a supervisão da Profa. Helena Calil.

         Este período em São Paulo foi marcante, pois foi surpreendida pelo convite para ser chefe de plantão do Serviço de Emergência em Psiquiatria do HSP, passando a ser preceptora e dando supervisão aos residentes, o que marcou definitivamente sua carreira voltada não só para a prática clínica, mas para o ensino. Esta posição foi consolidada após dois anos em concurso público federal para cargo de Chefe de Plantão do Serviço de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP.

         Sua estada em São Paulo foi enriquecida também profissionalmente com plantões semanais no Pronto Socorro Municipal de Santos entre agosto de 1992 e janeiro de 1993. O trabalho em Santos foi especialmente importante pela experiência que adquiriu no contato com portadores de AIDS, de síndrome de abstinência alcoólica, pessoas com intoxicação por outras drogas, e tendo contato com a prostituição, a mendicância e com moradores de rua. Como ela descreve em seu memorial, aquele era um lado da vida e da psiquiatria até então desconhecido e inquietante para ela.

         Foi então que teve contato com o projeto TAMTAM que se tornou referência na luta antimanicomial e que tinha o objetivo de promover maior inclusão social dos portadores de transtornos mentais, através da arte, do teatro, da dança, das artes plásticas e da comunicação. Era a época em que se pregava o surgimento de uma nova psiquiatria, inspirada nas ideias de Franco Basaglia, na Itália dos anos 70, e que defendia o fechamento dos hospitais psiquiátricos. Daí surgiu o interesse de Ângela em conhecer melhor a psiquiatria social, reconhecendo sua importância, mas sem perder sua crença na base neurobiológica dos transtornos mentais.

Em agosto de 1992, Ângela foi selecionada para o mestrado no Departamento de Psicobiologia da UNIFESP, iniciado em março de 1993, tendo como orientadora a Professora Helena Calil, e cuja linha de pesquisa envolvia transtornos do humor e era voltada para a clínica. Seu tema, ousado, naquele momento, versava sobre o estudo de possíveis marcadores biológicos da depressão sazonal de inverno, usando ressonância magnética de encéfalo para medir o volume da hipófise, e complementado com polissonografia para avaliar a qualidade do sono. Ademais, do ponto de vista de intervenção terapêutica, avaliou a eficácia da fototerapia, usada no tratamento da depressão sazonal de inverno nessa amostra populacional da cidade de São Paulo.

Publicações nas revistas Biological Psychiatry e Neuropsychopharmachology bem como apresentações em eventos científicos foram geradas por essa pesquisa. Além disso, teve a oportunidade de colaborar com outros colegas em suas dissertações e teses, participando como coautora de outras publicações. Seu período no mestrado foi igualmente muito rico em contatos, uma vez que pode participar de atividades com pessoas academicamente importantes em 1993, a exemplo de César Timo Iaria (professor de Neurofisiologia da USP) e Jerome Siegel, professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade da Califórnia.

         No início de 1994, infelizmente, foi abalada pelo falecimento de seu irmão mais velho, Hélio, o que motivou sua decisão de retornar a Salvador logo após a conclusão do mestrado, para estar mais próxima de seus pais. Apesar do sofrimento trazido pelo luto, sua determinação não fora abalada. Deu continuidade ao mestrado, escreveu dois capítulos de livros e ministrou aula em um simpósio internacional. Concluiria o mestrado com a proposta de publicação de artigo em uma revista científica, mas por sua pesquisa ter sido considerada robusta e inovadora, a sua orientadora a época, com aprovação da pós-graduação em Ciências da Psicobiologia, a indicaram para passagem direta para o doutorado. Angela assim finalizou as matérias necessárias ao Doutorado e defendeu sua tese em 1998, sendo aprovada com distinção e louvor.

         Tendo Ângela retornado suas atividades em Salvador, em maio de 1995, tive o prazer de reiniciar nossa colaboração tanto nas atividades do GENPSI quanto em pesquisa, como, por exemplo, na elaboração de uma metanálise envolvendo antipsicóticos que publicamos naquele ano. Ela assumiu no HJM a coordenação do Setor de Emergência e a assistência dos oito leitos daquela Unidade. No ano seguinte, assumiu também a função de preceptora do Programa de Residência Médica, onde permaneceu até agosto de 1999.

         Como fruto de seu trabalho iniciado no mestrado, Ângela foi agraciada em outubro de 1995 com o prêmio nacional referente ao trabalho intitulado “Ressonância magnética da hipófise em pacientes com depressão de inverno e voluntários sadios: efeitos da fototerapia e da variação sazonal”, considerada a melhor pesquisa científica nacional na área de Neurociências, tendo sido entregue oficialmente através de um certificado em uma sessão especial no I Congresso Latino-americano de Neuropsicofarmacologia.

          Mil novecentos e noventa e cinco foi um ano atribulado no qual, como ela disse: trabalhava para se sustentar, deu seguimento a sua vida acadêmica, assumindo a concretização do doutorado, ganhou um prêmio nacional e, em 28 de dezembro de 1995, casou-se com Carlo Scippa, psicólogo infantil e residente na Itália naquela ocasião.

         No período entre 1996 e 1997, Ângela fez muitas palestras e cursos a convite, escreveu capítulos de livro, e deu aulas sobre neuroimagem da esquizofrenia como multiplicadora de um curso promovido pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pela World Psychiatric Association (WPA).

A semente plantada para sua vida acadêmica como professora da UFBA ocorreu em setembro de 1996, quando foi selecionada como professora substituta do Departamento de Medicina Interna, onde deu aulas de propedêutica médica. Infelizmente, desligou-se após um ano, para dedicar-se à conclusão de sua tese de doutorado, cuja defesa se deu em 31 de julho de 1998, na qual foi aprovada com distinção e louvor, como já dissera.

         Retomou então as atividades do GENPSI, assumiu cargo de médica assistente de uma enfermaria da Casa de Saúde Santa Mônica e, naquele ano iniciamos um projeto para avaliar a eficácia da olanzapina no tratamento da mania aguda, partindo de uma metanálise que publicáramos um pouco antes.  

Em 06 de maio de 2000, nasce seu primeiro e único filho, Nicolas Miranda Scippa, sua mais nova semente, a quem se dedicou totalmente no ano que se seguiu.

         Um ano após o nascimento de Nicolas, Ângela iniciou seu percurso acadêmico como docente da Faculdade de Medicina da UFBA, onde ela permanece bastante ativa até os dias atuais. Iniciou como professora substituta do Departamento de Neurociências e Saúde Mental, em abril de 2001, selecionada em primeira colocação. Este vínculo foi definitivamente consolidado em concurso público para professora adjunta, prestado em 2002, no qual ela foi, mais uma vez, aprovada em primeiro lugar. Esta realização só não foi plena por causa da doença grave de seu querido pai que viria a falecer em 10 de setembro daquele ano, acometido por câncer de pulmão.  Mas, Ângela encontrou motivação para seguir em frente no desejo de presenteá-lo com seu ingresso como docente da UFBA, e assim o fez.

         Na carreira docente, a contribuição de Ângela no ensino da graduação em medicina, na especialização em psiquiatria e na pós-graduação em Medicina e Saúde tem sido contínua e intensa, tanto em aulas teóricas quanto práticas. Embora seu foco de pesquisas tenha sido fundamentalmente nos transtornos do humor, o ensino envolveu temas múltiplos. Adamais, coordenou as sessões de discussão de casos clínicos de pacientes internados na enfermaria 3B, atividades que mantém até os dias atuais; dedicou-se a fazer apresentações e publicações de trabalhos científicos em congressos sobre temas que incluíam depressão, esquizofrenia, suicídio e transtorno bipolar.

         Uma contribuição importante de Ângela deu-se no âmbito do ensino de pós-graduação stricto sensu. Seu espírito curioso e sua meta prévia de cobrir os três aspectos envolvendo ensino, assistência e pesquisa, conduziu-a a sua primeira orientação de mestrado, a de Lucas Quarantini, mostrando desde já sua grande capacidade de perceber e incentivar jovens e promissores cientistas.  Desde então, ela não parou e foi orientadora de várias dissertações de mestrado, de doutorado, de trabalhos de conclusão de residência em psiquiatria e da graduação.

Vale ressaltar que duas criações suas consolidaram respectivamente sua vida acadêmica como pesquisadora e suas atividades associativas: o CETHA (Centro de Estudos e Tratamento de Transtornos Afetivos) e a ABTB (Associação Brasileira de Transtorno Bipolar); nesta, foi a primeira presidente e se manteve por duas gestões consecutivas, perfazendo um total de 4 anos.

O CETHA, centro hoje reconhecido nacional e internacionalmente, foi criado por Angela em 2005 e começou por resgatar o valor histórico da Bahia na pessoa do Professor Luiz Meira Lessa, responsável pela introdução do carbonato de lítio no Brasil, na década de 1970, com a criação e manutenção por muitos anos do ambulatório de lítio. O lítio, uma droga estabilizadora do humor, foi o primeiro medicamento capaz de controlar os altos e baixos da antiga psicose maníaco-depressiva, hoje denominada transtorno bipolar.

         O CETHA transformou-se em um celeiro de produção científica e de incentivo a jovens estudantes e médicos que passaram a se interessar pelo transtorno bipolar, cobrindo assim, o tripé ensino, extensão e pesquisa. Em 2005, o CETHA passou a compor o Consórcio Nacional de Pesquisa em Transtorno Bipolar, em parceria com centros de pesquisa do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e com o Programa de Transtorno Bipolar do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (PROMAM). Mais tarde, as fronteiras se estenderam a outros países, sendo o CETHA um dos componentes da International Society for Bipolar Disorders (ISBD), entidade responsável pelo estudo da doença bipolar em seus vários aspectos.

Hoje o CETHA atende cerca de 400 pacientes, dos quais a quase totalidade compõe-se de portadores de transtorno bipolar. Ao longo de seus 17 anos de existência, foram realizados 10 simpósios com convidados nacionais e internacionais e foram publicados vários artigos científicos com os dados de pacientes acompanhados em um estudo de avaliação de pacientes com transtornos bipolar, acompanhados no CETHA.

                  Ângela tornou-se professora Titular de psiquiatria em maio de 2019 e, desde então, seu trabalho em prol dos portadores de transtorno bipolar continua intenso. Hoje, o CETHA contém dois grandes projetos, um destinado aos portadores e outro destinado aos seus familiares e cuidadores. Já foi agraciada com placas de agradecimento pela sua gestão na Associação Brasileira de Transtorno Bipolar, por sua participação na International Society for Bipolar Disorders, e pelos alunos da Liga Acadêmica de Ciências, da qual é tutora.

         Para concluir esta sumária louvação, limitada pelos 30 minutos a mim concedidos, não resta dúvida de que nem uma descrição mais detalhada das realizações de Ângela esgotaria a grandeza de suas contribuições. Assim, passo à síntese de suas atividades atuais e de sua profícua produção:

         Atualmente:

  • É professora titular do Departamento de Neurociências e Saúde Mental (DNSM) da UFBA;
  • É professora Permanente do Programa de Pós-graduação em Medicina e Saúde da UFBA;
  • Coordena a Liga Acadêmica de Ciências da Faculdade de Medicina da UFBA;
  • Coordena o Centro de Estudos de Transtornos de Humor e Ansiedade (CETHA)
  • É membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)
  • É membro da International Society of Bipolar Disorder (ISBD).
  • Em termos de publicações, conta com:

Artigos em periódicos nacionais e internacionais: 108;

  1.  Livros publicados: 2 + 1 em andamento;
  2. Capítulos de livros: 31 + 5 no prelo;
  3. Resumos em anais de congressos: 68;
  4. Quanto a orientações de alunos:
  5. Trabalhos de Conclusão de Cursos da residência: 21 + 2 em andamento;
  6. Trabalhos de Conclusão de Cursos de alunos de graduação: 8 + 2 em andamento;
  7. Mestrados: 11 + 4 em andamento;
  8. Doutorados: 9 + 2 em andamento.

Finalizo chamando a atenção para o importante fato de que, com tudo isso, Ângela jamais deixou de ser uma esposa e mãe presente e tem a felicidade de contar hoje aqui com a presença de seu amado esposo, Carlo Scippa, e seu querido filho, Nicolas de Miranda Scippa.

E para receber nossa novel confreira Ângela Marisa de Aquino Miranda Scippa, encerro com as mesmas palavras que, há 5 anos, meu querido amigo e confrade Luiz Antônio Rodrigues de Freitas proferiu para saudar minha chegada a esta egrégia Academia, e que eu adapto a Ângela:

 “Acho que não resta qualquer dúvida quanto à grandeza humana e científica de [nossa nova confreira]. A Academia se engrandece com sua chegada porque, parafraseando a escrita do poeta David no livro dos Salmos, capítulo 1, versículo 3:

“[Ela] é como árvore plantada junto a corrente de água, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto [ela] faz será bem sucedido.”

Muito obrigado!

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